terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Riqueza das Nações

Título: Riqueza das Nações
Título Original: An inquiry into the nature and causes of the wealth of nations
Autor: Adam Smith
Prefácio de: Hermes dos Santos;
Tradução e notas de: Teodora Cardoso e Luís Cristóvão de Aguiar
Idioma: Português
Editado: Lisboa, 2022
Editor: Fundação Calouste Gulbenkian
Dimensões: 14 cm x 22 cm
Encadernação: Encadernação editorial com sobrecapas, capas duras
Nº de volumes: 2 volumes
Páginas: (1º vol.) 816, (2º vol.) 826
Estado de conservação: Excelentes exemplares, como novos

Preço:  39,00 €  (2 volumes)
Referência: 2512001

Do prefácio: A afirmação da perspetiva teórica como elemento nuclear da reflexão económica é outro dos pilares que alicerçam a perpetuidade da Riqueza das Nações. É visível, no discurso científico de Smith, a preocupação de referir os problemas mais complexos a um pequeno núcleo de princípios explicativos. Por detrás do caos aparente das atividades humanas procura uma ordem que lhe anda subjacente, e explicita-a nas leis internas que governam o funcionamento da máquina social. E dessas leis tira a resposta adequada – i. e. utilitariamente conveniente – para os concretos problemas da realidade económica.

A Riqueza das Nações não é um manual distante e abstrato, concebido para os alunos do Prof. Smith, mais ou IV menos descuidado das implicações práticas do saber. É antes um livro de combate, vitalmente engajado nas grandes questões politico económicas do seu tempo. Livro sereno e razoado, à imagem do seu autor. Mas inflexível com os mitos e as distorções que entravam o caminho da prosperidade geral; e impiedoso – até à mordacidade – com os interesses estabelecidos à sombra do privilégio ou das restrições indevidas.

O que salva do rápido desgaste um livro tão ancorado numa peculiar conjuntura histórica são exatamente os seus traços permanentes (ou supra conjunturais): a preocupação sistemática que o unifica e o substrato filosófico-social em que assenta.

Desvaneceram-se, ou põem-se hoje em termos muito diferentes, os problemas das colónias americanas, das restrições mercantilistas, da escravatura, do bimetalismo monetário, da mobilidade horizontal do trabalho. Mas a vindicação da liberdade económica, a repartição do rendimento, a defesa do interesse geral perante os apetites seccionais, a eficiência do mercado ou do dirigismo tentacular, a afirmação de uma mundividência que dê sentido humano à Economia, são ainda temas bem atuais. E aí, a redescoberta de Smith talvez não seja mera e fútil curiosidade histórica.

(Do prefácio de Hermes dos Santos) 1º Volume

Durante um século, na opinião erudita, nos círculos da política e dos negócios, nos meios académicos em que a Economia buscava lugar e estatuto como ramo autónomo do conhecimento social, nenhuma obra económica igualou o impacto da Riqueza das Nações.

Fonte de inspiração para quase todos, matriz de tendências e correntes em que a análise económica se foi ramificando, os seus admiradores disseram-na a bíblia (ou o evangelho) dos economistas; e honraram o seu autor como «pai» da ciência económica. Outros, menos entusiastas, quase o reduziam ao papel de compilador e divulgador de obra alheia.

A questão, no fundo ociosa, da originalidade de Smith (como a de Marx, a de Keynes, ou de qualquer outro dos grandes balizadores do pensamento económico) deve centrar-se naquilo que faz a sua genuína grandeza como cientistas: a capacidade para projectar uma luz nova sobre a inteira paisagem económico-social.

(Do Prefácio de Hermes dos Santos)

Embora o encorajamento à exportação e o desencorajamento à importação constituam os dois principais instrumentos através dos quais o sistema mercantil propõe enriquecer os países, contudo, em relação a determinadas mercadorias, parece ter seguido um plano oposto: desencorajar a exportação e encorajar a importação. Todavia, segundo parece, o seu objectivo último é sempre o mesmo — enriquecer o país através de uma balança comercial vantajosa.

Desencoraja a exportação de materiais de manufactura e dos instrumentos de comércio, a fim de beneficiar os nossos trabalhadores, permitindo-lhes revender a um preço inferior em relação ao das outras nações em todos os mercados externos e, ao restringir assim a exportação de algumas mercadorias, de preço baixo, propõe-se provocar uma muito maior e mais valiosa exportação de outras. Encoraja a importação de matérias de manufactura a fim de que as nossas as possam trabalhar mais barato, impedindo, por esse meio, uma maior e mais valiosa importação de mercadorias manufacturadas. […] Sempre que as manufaturas atingem um certo engrandecimento, o fabrico de instrumentos de comércio torna-se no objeto de um grande número de importantes manufacturas.

(Riqueza das Nações, Vol. II, Livro IV, «Dos Sistemas de Economia Política»)