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domingo, 13 de março de 2022

A Morte Lenta

Título: A Morte Lenta
Autor: Emile Henry
Idioma: Português
Editor: Editorial  Ibérica
Ano: 1945
Nº páginas: 189
Edição: 1ª edição, temos também disponível um exemplar da 2ª edição
NOTA: Tem sido frequentemente referido e com erro que a tiragem do livro ficou limitada a 100 exemplares o que não corresponde minimamente à verdade, tem é sido feita uma interpretação extensiva do que é referido no livro.
Tive o privilégio de ter conhecido pessoalmente o Sr. Èmile Henri que foi o fundador em 1954 da empresa Textil Nortenha, empresa esta que ainda existe. Para quaisquer mais esclarecimentos adicionais que eventualmente possa ter interesse, podem contactar para o CANTO III.
Dimensões: 12 cm x 19 cm
Estado de conservação: Bom, como novo, estado irrepreensível 
 
Preço:       INDISPONÍVEL 
Referência:    2009048R
 
Sinopse: Este não é apenas um livro. É um raro documento que tem despertado os mais intensos estudos sobre a vida nos campos de concentração, durante o III Reich.
As fotografias nele  reproduzidas foram tiradas no momento da chegada das tropas americanas do general Patton e cedidas ao autor (que viveu no Porto e que trabalhava na Praça de Velasquez (Hoje Praça Sá Carneiro) pelos serviços dos exércitos americano e francês a seu pedido.
Trata-se do primeiro livro publicado em português sobre o assunto.
 
Estou certo que a minha voz não conseguirá convencer os cépticos, o que é compreensível, porque é difícil imaginar tanto sofrimento. Mas outras vozes, mais poderosas do que a minha, se elevaram para chamar a verdade" (Emile Henry (p.186)).
 
"Oque mais me custava era não dormir. A fome também não faltava, sobretudo do meio-dia às três horas, em que tinha a impressão de que uma tenaz me torcia até à tortura. Mas o não dormir era o pior. Mesmo contra a vontade, os olhos fechavam-se-me e tinha que fazer um esforço violento para não cair", relatou Émile Levy, falecido há dez anos em Loulé, no seu livro, que teve duas edições de 100 exemplares, em 1946.
 
"O meu marido fez um testemunho para os portugueses. Dizia que as pessoas do país onde vivia tinham de saber o que se passou", recordou hoje à Lusa a mulher, Thérèse Henry, que assistiu, juntamente com as duas filhas e netos, à sessão que antecedeu a inauguração da exposição, no Centro Cultural de Belém.
 
O seu marido esteve mais de dois anos no campo de concentração nazi de Buchenwald, depois de ter sido apanhado pelos alemães a tentar regressar a Portugal - onde já vivia antes - depois de cumprir o serviço militar obrigatório em França.
 
"Não sei como ele aguentou. De manhã à noite era obrigado a carregar pedras à mão de um sítio para o outro. E quando terminava, levava as pedras de volta para o primeiro sítio. Era mesmo maldade dos alemães", relatou a viúva de Émile Henry, que descreveu que o seu marido teve de se esconder entre dois colchões para não ser morto pelos alemães.
 
Da sua experiência em Buchenwald, o homem contou pouco à família. "Não, dizia que tinha feito uma confissão naquele livro que escreveu", comentou a mulher.
 
A investigação que deu origem à exposição foi coordenada pelo historiador Fernando Rosas e feita por uma equipa internacional do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
 
Segundo o historiador, "cerca de 400 portugueses, talvez um pouco mais" estiveram confinados durante a Segunda Guerra Mundial em campos de concentração, prisões ou 'stalag' [campos de prisioneiros de guerra], sujeitos a brutais condições de trabalho forçado".
 
Destes, "pelo menos 30 não sobreviveram".
 
"São valores provisórios e provavelmente conservadores (...) Há muito para pesquisar ainda", ressalvou Fernando Rosas.
 
"Provavelmente superior, mas até agora impossível de determinar, terá sido o número dos que foram voluntariamente trabalhar para a Alemanha [mas que depois se converteriam em trabalhadores forçados] ou que para esse destino foram forçados a sair, designadamente de França", comentou o investigador.
 
Há "variado rasto" na documentação consular e diplomática do Estado português sobre esta realidade, mas "não existe evidência de qualquer diligência diplomática consistente por parte do Governo do Estado Novo no sentido de acudir ou defender os seus cidadãos escravos, coercivamente deslocados, nos campos de concentração, prisioneiros dos 'stalag' ou forçados a trabalhar na Alemanha quando queriam fugir à guerra e à devastação.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

A Morte Lenta

Título: A Morte Lenta
Autor: Emile Henry
Idioma: Português
Editor: Editorial  Ibérica
Ano: 1945
Nº páginas: 189
Edição: 1ª edição
Dimensões: 12 cm x 19 cm
Estado de conservação: Exemplar amarelecido pelo tempo (como se vê na imagem), com marcas de manuseamento na capa cartonada e na lombada. Interior impecável, com todas as fotografias originais.

Preço:       INDISPONÍVEL 
Referência:    2009048R

Sinopse: Este não é apenas um livro. É um raro documento que tem despertado os mais intensos estudos sobre a vida nos campos de concentração, durante o III Reich. 
As fotografias nele  reproduzidas foram tiradas no momento da chegada das tropas americanas do general Patton e cedidas ao autor (que viveu no Porto e que trabalhava na Praça de Velasquez (Hoje Praça Sá Carneiro) pelos serviços dos exércitos americano e francês a seu pedido.
Trata-se do primeiro livro publicado em português sobre o assunto.

Estou certo que a minha voz não conseguirá convencer os cépticos, o que é compreensível, porque é difícil imaginar tanto sofrimento. Mas outras vozes, mais poderosas do que a minha, se elevaram para chamar a verdade" (Emile Henry (p.186)).

"Oque mais me custava era não dormir. A fome também não faltava, sobretudo do meio-dia às três horas, em que tinha a impressão de que uma tenaz me torcia até à tortura. Mas o não dormir era o pior. Mesmo contra a vontade, os olhos fechavam-se-me e tinha que fazer um esforço violento para não cair", relatou Émile Levy, falecido há dez anos em Loulé, no seu livro, que teve duas edições de 100 exemplares, em 1946.
 
"O meu marido fez um testemunho para os portugueses. Dizia que as pessoas do país onde vivia tinham de saber o que se passou", recordou hoje à Lusa a mulher, Thérèse Henry, que assistiu, juntamente com as duas filhas e netos, à sessão que antecedeu a inauguração da exposição, no Centro Cultural de Belém.
 
O seu marido esteve mais de dois anos no campo de concentração nazi de Buchenwald, depois de ter sido apanhado pelos alemães a tentar regressar a Portugal - onde já vivia antes - depois de cumprir o serviço militar obrigatório em França.
 
"Não sei como ele aguentou. De manhã à noite era obrigado a carregar pedras à mão de um sítio para o outro. E quando terminava, levava as pedras de volta para o primeiro sítio. Era mesmo maldade dos alemães", relatou a viúva de Émile Henry, que descreveu que o seu marido teve de se esconder entre dois colchões para não ser morto pelos alemães.
 
Da sua experiência em Buchenwald, o homem contou pouco à família. "Não, dizia que tinha feito uma confissão naquele livro que escreveu", comentou a mulher.
 
A investigação que deu origem à exposição foi coordenada pelo historiador Fernando Rosas e feita por uma equipa internacional do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
 
Segundo o historiador, "cerca de 400 portugueses, talvez um pouco mais" estiveram confinados durante a Segunda Guerra Mundial em campos de concentração, prisões ou 'stalag' [campos de prisioneiros de guerra], sujeitos a brutais condições de trabalho forçado".
 
Destes, "pelo menos 30 não sobreviveram".
 
"São valores provisórios e provavelmente conservadores (...) Há muito para pesquisar ainda", ressalvou Fernando Rosas.
 
"Provavelmente superior, mas até agora impossível de determinar, terá sido o número dos que foram voluntariamente trabalhar para a Alemanha [mas que depois se converteriam em trabalhadores forçados] ou que para esse destino foram forçados a sair, designadamente de França", comentou o investigador.
 
Há "variado rasto" na documentação consular e diplomática do Estado português sobre esta realidade, mas "não existe evidência de qualquer diligência diplomática consistente por parte do Governo do Estado Novo no sentido de acudir ou defender os seus cidadãos escravos, coercivamente deslocados, nos campos de concentração, prisioneiros dos 'stalag' ou forçados a trabalhar na Alemanha quando queriam fugir à guerra e à devastação", disse Rosas.