Autor: Marcelo Rebelo de Sousa
Editor: Público
Direcção da Colecção: José da Cruz Santos
Edição: 1ª edição
Ano: 2005 (Junho)
Capa e direcção gráfica: Armando Alves
Capa: Brochura com Badanas
Nº páginas: 208
Dimensões: 14,8 cm x 23 cm
Estado de conservação: Bom
Editor: Público
Direcção da Colecção: José da Cruz Santos
Edição: 1ª edição
Ano: 2005 (Junho)
Capa e direcção gráfica: Armando Alves
Capa: Brochura com Badanas
Nº páginas: 208
Dimensões: 14,8 cm x 23 cm
Estado de conservação: Bom
Preço: 10,00 €
Referência: 1906026
Sinopse: No prefácio, diz que este não é um livro com todos os poemas
da sua vida, porque, para quem "dobrou já o meio século, não existem só
quarenta, cinquenta ou sessenta poemas". Na verdade, para o jurista,
comentador e professor universitário Marcelo Rebelo de Sousa, "há muitos,
muitos mais". Optou, por isso, por escolher apenas "poetas e poemas
portugueses contemporâneos". Uma selecção que explica em entrevista ao
PÚBLICO.PÚBLICO - Quem foi seguindo as suas "escolhas" de livros, em
revistas e na televisão, sabe que a poesia ocupa um lugar importante na sua
condição de leitor omnívoro. Mesmo assim, não deixa de surpreender a panorâmica
quase exaustiva da mais recente poesia portuguesa que esta antologia oferece.
Basta pensar que selecciona perto de vinte autores nascidos nos anos 60 e 70.
Se Mário Soares, mais do que escolher os poemas da sua vida, acabou por
organizar uma genuína antologia da poesia portuguesa, dos cancioneiros
medievais aos poetas nascidos nos anos 30, dir-se-ia que, no seu caso, teve a
tentação de completar o trabalho, fazendo o mesmo para a poesia portuguesa mais
recente. Concorda?
MARCELO REBELO DE SOUSA - É verdade. Tinha de seguir um de
dois caminhos. Um era o que tinha sido seguido por todos os outros, e sobretudo
Mário Soares, que era o de ir buscar clássicos que assinalaram momentos
importantes da nossa poesia - e logo aí ficava feita mais de metade da minha
escolha. Outra opção era uma coisa mais voltada para o futuro, com a deformação
do professor habituado ao convívio com as novas gerações. Nesse sentido,
privilegiei os autores nascidos nos últimos 40 anos.
Dos poetas que conheceu pessoalmente, houve alguns que, pela
sua personalidade, o tenham marcado de modo particular?
Houve um, que foi meu professor de Físico-Químicas: António
Gedeão, que, como professor, se chamou Rómulo de Carvalho. E marcou-me por duas
razões. Primeiro, porque era um óptimo pedagogo, de uma clareza
inultrapassável. Por outro lado, porque vivia numa contradição permanente: como
professor, era um poeta, no conteúdo e no estilo; no entanto, fazia questão em
separar rigidamente as duas personalidades, não assumindo dentro do liceu a
pessoa do poeta, e, portanto, afastando do diálogo com os alunos qualquer
menção a essa outra vertente da sua riquíssima personalidade.
Se tivesse de escolher hoje o poeta e o poema da sua vida,
quais seriam?
É uma escolha muito ingrata, mas talvez escolhesse Ruy Belo
e o poema Portugal Futuro, porque, para um português vivendo a ditadura, com
uma formação cristã assumida, e desejando mudar, em plenas décadas de 60 e 70,
foi aquilo que melhor representou a confluência entre a razão e a fé.