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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Carta-Testamento Mário Sacramento

Título: Carta-Testamento
Autor: Mário Sacramento
Editor: Editorial Inova, Sarl
Edição: 
Colecção:
Número:
Ano: 1973 (Março)
Direcção gráfica de: Armando Alves
Capa: Brochura
Número de páginas: 32
Dimensões: 14,5 cm x 22,5 cm
Estado de conservação: Bom

Preço:    25,00 €
Referência: 2004006

Sinopse: A Carta-Testamento de Mário Sacramento, inclui ainda intervenções de Óscar Lopes («Palavras de Óscar Lopes no Enterro de Mário Sacramento»), Álvaro Salema, Fernando Namora, Ilídio Sardoeira, Mário Castrim, Urbano Tavares Rodrigues e Vergílio Ferreira.
Uma passagem da carta-testamento:
«[...] Não que eu faça grande questão do meu bom nome: estou-me nas tintas para ele, depois de morto. Mas, além dele pertencer, também, aos filhos dos Filhos e a estes, pertence aos meus companheiros de jornada. E, que diabo, se passei tantos maus bocados por eles, em vida, é porque considerei que era esse o meu destino. E um homem tem o direito de o defender, mesmo depois de morto!
Fica portanto entendido que sou ateu e como ateu devo ser enterrado. Em vez dum pano preto, ponham um paninho vermelho no caixote, se puderem. E usem luto vermelho, se algum quiserem usar... [...]
Nasci e vivi num mundo de inferno. Há dezenas de anos que sofro, na minha carne e no meu espírito o fascismo. Recebi dele perseguições de toda a ordem – físicas, económicas, profissionais, intelectuais, morais. Mas, que não tivesse sofrido, o meu dever era combatê-lo. O fascismo é o fim da pré-história do homem. E procede, por isso, como um gangster encurralado. [...]»