Apresentação: Guilherme Pinto
Prefácio: Isabel Pires de Lima
Direção Gráfica: Armando Alves
Coordenação: José da Cruz Santos
Editor: Edição da Câmara Municipal de Matosinhos
Ano: Outubro de 2007
Nº de Páginas: 224
Dimensões: 24 cm x 17 cm
Encadernação: Brochura c/badanas
Estado de Conservação: Bom
Preço: 20,00 €
Referência: 1811083
Sinopse: Crítico literário e professor catedrático, Óscar Lopes
nasceu em Leça da Palmeira em 1917. Licenciou-se em Filologia Clássica pela
Faculdade de Letras de Lisboa e frequentou o curso de Ciências
Histórico-Filosóficas em Coimbra e o Conservatório de Música do Porto. Entre
1951 e 1957 dinamizou a página literária do Comércio do Porto. Desempenhou
funções docentes como professor do ensino secundário, até integrar, entre 1974
e 1987, os quadros da Faculdade de Letras do Porto, onde foi professor
catedrático e onde fundou o Centro de Linguística, desenvolvendo uma actividade
ensaística que sempre soube conciliar com o seu interesse pela música e pela
linguística. Foi presidente da Associação Portuguesa de Escritores e sócio de
mérito da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e integrou os
júris de vários prémios literários. Mercê do seu envolvimento na oposição ao
regime salazarista, foi, durante a ditadura, duas vezes detido, afastado
temporariamente do serviço lectivo oficial e viu obras suas apreendidas, sendo
ainda múltiplas vezes impedido de participar em congressos ou outros eventos
para que fora convidado no estrangeiro. Pertencendo à geração que, nos anos 40,
nas páginas de Seara Nova ou Vértice defende uma arte comprometida e teorizada
a partir das coordenadas ideológicas do marxismo dialéctico, o nome de Óscar
Lopes, ao lado de outros, como Mário Dionísio, Mário Sacramento, Álvaro Cunhal
ou Joaquim Namorado, é indissociável do processo que, integrando, além da
criação, a teorização e a crítica literárias, conduzirá à afirmação e
progressiva revisão crítica dos pressupostos do neo-realismo. A formação
multifacetada de Óscar Lopes, especializada simultaneamente nos domínios da
linguística, da musicologia, da história, da filosofia e da literatura,
permitirá colmatar, no entanto, a perspectiva marxista dialéctica, no que impõe
de compreensão do horizonte de realidade em que se inscreve o texto literário e
enriquecer essa visão de conjunto por uma análise pormenorizada dos seus
caracteres estilísticos. Caminhando pendularmente entre "a microanálise e
as grandes sínteses" (cf. AA.VV. - Sentido Que a Vida Faz. Estudos Para
Óscar Lopes, Porto, Campo das Letras, 1997, p. 16), o ensaísmo de Óscar Lopes,
seja em volumes de grande fôlego e carácter referencial no domínio da
historiografia literária, como a História da Literatura Portuguesa ou Entre
Fialho e Nemésio , seja em estudos sobre a literatura contemporânea coligidos
em Álbum de Famíliaou Cifras do Tempo, "se por um lado relevam de uma
visão atenta às particularidades de um autor ou de uma obra, por outro lado
partilham de idêntica amplitude reflexiva, permanecendo um lugar de
interrogação epistemológica." (id. ibi, p. 16.) Um sentido de abertura
criativa a novos métodos e modelos, que, no âmbito da investigação linguística,
culminaria num trabalho inovador, a Gramática Simbólica do Português , obra
pioneira, que constitui um marco dos estudos linguísticos em Portugal. Tendo
recebido múltiplas homenagens públicas, foi, em 23 de Abril de 1987, aprovado
pela Assembleia da República um Voto de Louvor como reconhecimento de que o seu
nome "é uma referência obrigatória da cultura portuguesa
contemporânea".
O autor recebeu, em 2000, o prémio Vida Literária, atribuído
pela Associação Portuguesa de Escritores.