Título: Alguns Sumários da História de Lamego
Autor: F. J. Cordeiro Laranjo
Editora:
Edição:
Ano: 1979 - Lamego
Dimensões: 16,8 cm x 22 cm
Dimensões: 16,8 cm x 22 cm
Nº páginas: 48
Capa: Brochura
Fotografias: Alguns suportes fotográficos
Estado de conservação: Bom
Preço: 12,50 €
Referência: 1806027
Sinopse: "Alguns sumários da História de Lamego é um excelente exemplo
do universo singular da história lamecense. Publicada em 1979, a obra do
historiador Cordeiro Laranjo resulta numa adaptação de apontamentos publicados
pelo autor, nas folhas "Festas dos Remédios - 79", e da palestra
realizada no "Rotary Club de Lamego", em 24 de setembro do mesmo ano.
Obedecendo ao singular modo do historiador estruturar a sua
obra, construindo a marca do seu estilo quando enquadra factos históricos numa
descrição ou vontade sentimental, criando um sentido supra-histórico, a obra
aborda a antiga ascendência do povo lamecense e o seu orgulho em pertencer à
Beira Douro, porque rejeitados pela Beira e enjeitados pelo Douro. Destaca-se,
ao longo da obra, o primeiro mosteiro de Clarissas, fundado em Portugal (século
XIII), onde hoje se situa a Igreja de São Francisco, à Rua de Almacave, e um
monumento que poderia ter sido Monumento Nacional, o Convento das Chagas.
Aborda o período em que Lamego era considerada uma das mais florescente cidades
de Portugal (século XIV e XV), com a sua grande Feira Anual, que juntava gentes de Entre-Douro-e-Minho e das
Beiras, já que a Lamego vinham os mouros de Granada, com as especiarias do
Oriente. Levanta, ainda, a problemática da sempre incompreendida toponímia da
cidade, fazendo interessantíssimas sugestões à edilidade, no sentido de se
preservar o património histórico de Lamego.
O autor revela-nos, também, de como a devoção da Senhora dos
Remédios, padroeira da cidade de Lamego, vem do século XVI, e de como o
Convento de Santa Cruz (Convento dos Lóios) em vez de uma primeira pedra, teve
quatro de várias cores, dando posteriormente alojamento, já século XIX, a
soldados em vez de doentes, visto que a Santa Casa da Misericórdia de Lamego
pediu que no edifício do Convento fosse instalado o seu Hospital. É o Convento,
desde então, Quartel Militar. Contudo, toda a igreja do antigo Convento de
Santa Cruz, segundo o autor, é uma lição de Arte e História.
Recorda os tempos em que a cidade de Lamego ficou pertença
da Infanta Dona Catarina, futura rainha de Inglaterra, por doação de D. João
IV, corria o ano de 1656, figurando como presente régio para uma princesa que
viria a ser a Rainha da Grã-Bretanha, tendo sido, mais tarde, em 9 de maio de
1661, vendida por cerca de cento e cinquenta mil cruzados, por alvará da Rainha
Dona Luísa de Gusmão. Refere, ainda, que Lamego escapou ao morticínio e ao
saque, aquando das invasões francesas lideradas pelo sanguinário general
francês Loison, pois o bispo lamecense, D. João António Binet Píncio,
hospedou-o no Paço Episcopal, restando, desde então, na memória lamecense a
tradição da existência de "dois pesados caixotões chapeados de ferro"
carregados de prata, fruto da rapinagem de Loison.
Outro facto histórico curioso, prende-se com as vicissitudes
vividas pelo corajoso advogado lamecense Manuel Pinto d'Araújo durante a sua
formatura em Coimbra, que fez demitir autoridades públicas e levantou
preocupações ao governo de D. Pedro V, e de como os artistas de Lamego decidiram
abrigar os mendigos na casa do antigo Aljube situada na lameira da Preguiça,
corria o inverno rigoroso e demorado de 1859, e com ele a fome e a miséria,
fundando, deste modo, o Albergue para os pobres. Este albergue daria origem,
sob o forte impulso do grande lamecense, Dr. Cassiano Neves, ao Asilo Lamecense
de Mendicidade, então situado na Rua da Olaria..Termina a obra com o relato das
demonstrações de eletricidade realizadas em Lamego nos princípios do século XX
(1909), sob impulso do Visconde de Valmor, numa noitada inesquecível que "durou até às onze da
noite, e em agosto!"
Para concluir, resta destacar a capa da obra, onde podemos
contemplar um brasão da cidade de Lamego datado do século XVI, de cor damasco
vermelho, tendo nos cantos monogramas bordados a fio de ouro (JPR), encimado
por uma coroa, entretanto retirada durante a I República (atualmente a bandeira
está na posse do Museu de Lamego).
Obra de inegável valor histórico para quem deseja conhecer
alguns factos históricos que marcaram a evolução da sociedade lamecense."