domingo, 24 de junho de 2018

Alguns Sumários da História de Lamego

Título: Alguns Sumários da História de Lamego
Autor: F. J. Cordeiro Laranjo
Editora: 
Edição: 
Ano: 1979 - Lamego
Dimensões: 16,8 cm x 22 cm
Nº páginas: 48
Capa: Brochura
Fotografias: Alguns suportes fotográficos
Estado de conservação: Bom

Preço: 12,50 €
Referência: 1806027

Sinopse: "Alguns sumários da História de Lamego é um excelente exemplo do universo singular da história lamecense. Publicada em 1979, a obra do historiador Cordeiro Laranjo resulta numa adaptação de apontamentos publicados pelo autor, nas folhas "Festas dos Remédios - 79", e da palestra realizada no "Rotary Club de Lamego", em 24 de setembro do mesmo ano.

Obedecendo ao singular modo do historiador estruturar a sua obra, construindo a marca do seu estilo quando enquadra factos históricos numa descrição ou vontade sentimental, criando um sentido supra-histórico, a obra aborda a antiga ascendência do povo lamecense e o seu orgulho em pertencer à Beira Douro, porque rejeitados pela Beira e enjeitados pelo Douro. Destaca-se, ao longo da obra, o primeiro mosteiro de Clarissas, fundado em Portugal (século XIII), onde hoje se situa a Igreja de São Francisco, à Rua de Almacave, e um monumento que poderia ter sido Monumento Nacional, o Convento das Chagas. Aborda o período em que Lamego era considerada uma das mais florescente cidades de Portugal (século XIV e XV), com a sua grande Feira Anual, que  juntava gentes de Entre-Douro-e-Minho e das Beiras, já que a Lamego vinham os mouros de Granada, com as especiarias do Oriente. Levanta, ainda, a problemática da sempre incompreendida toponímia da cidade, fazendo interessantíssimas sugestões à edilidade, no sentido de se preservar o património histórico de Lamego.

O autor revela-nos, também, de como a devoção da Senhora dos Remédios, padroeira da cidade de Lamego, vem do século XVI, e de como o Convento de Santa Cruz (Convento dos Lóios) em vez de uma primeira pedra, teve quatro de várias cores, dando posteriormente alojamento, já século XIX, a soldados em vez de doentes, visto que a Santa Casa da Misericórdia de Lamego pediu que no edifício do Convento fosse instalado o seu Hospital. É o Convento, desde então, Quartel Militar. Contudo, toda a igreja do antigo Convento de Santa Cruz, segundo o autor, é uma lição de Arte e História.

Recorda os tempos em que a cidade de Lamego ficou pertença da Infanta Dona Catarina, futura rainha de Inglaterra, por doação de D. João IV, corria o ano de 1656, figurando como presente régio para uma princesa que viria a ser a Rainha da Grã-Bretanha, tendo sido, mais tarde, em 9 de maio de 1661, vendida por cerca de cento e cinquenta mil cruzados, por alvará da Rainha Dona Luísa de Gusmão. Refere, ainda, que Lamego escapou ao morticínio e ao saque, aquando das invasões francesas lideradas pelo sanguinário general francês Loison, pois o bispo lamecense, D. João António Binet Píncio, hospedou-o no Paço Episcopal, restando, desde então, na memória lamecense a tradição da existência de "dois pesados caixotões chapeados de ferro" carregados de prata, fruto da rapinagem de Loison.

Outro facto histórico curioso, prende-se com as vicissitudes vividas pelo corajoso advogado lamecense Manuel Pinto d'Araújo durante a sua formatura em Coimbra, que fez demitir autoridades públicas e levantou preocupações ao governo de D. Pedro V, e de como os artistas de Lamego decidiram abrigar os mendigos na casa do antigo Aljube situada na lameira da Preguiça, corria o inverno rigoroso e demorado de 1859, e com ele a fome e a miséria, fundando, deste modo, o Albergue para os pobres. Este albergue daria origem, sob o forte impulso do grande lamecense, Dr. Cassiano Neves, ao Asilo Lamecense de Mendicidade, então situado na Rua da Olaria..Termina a obra com o relato das demonstrações de eletricidade realizadas em Lamego nos princípios do século XX (1909), sob impulso do Visconde de Valmor, numa noitada  inesquecível que "durou até às onze da noite, e em agosto!"

Para concluir, resta destacar a capa da obra, onde podemos contemplar um brasão da cidade de Lamego datado do século XVI, de cor damasco vermelho, tendo nos cantos monogramas bordados a fio de ouro (JPR), encimado por uma coroa, entretanto retirada durante a I República (atualmente a bandeira está na posse do Museu de Lamego).

Obra de inegável valor histórico para quem deseja conhecer alguns factos históricos que marcaram a evolução da sociedade lamecense."