segunda-feira, 23 de julho de 2018

Musgos

Título: Musgos
Autor: Teresa Macedo
Editor: In-Libris
Edição: 1ª edição
Ano: 2015
Capa: Brochura com badanas
Género: Poesia
Nº páginas:  276
Dimensões: 18 cm x 18 cm
Estado: Novo

Preço: 35,00 € (Esgotado)
Referência: 1807024

Sinopse: Quando lemos Musgos de Teresa Macedo, custa a acreditar ser o primeiro livro de poesia desta autora.
Habitualmente, as primícias literárias revelam certas fragilidades e pretensões, com a difícil busca por uma voz própria.
Porém, neste livro, não parece estarmos perante a juvenília da autora, pois o leitor encontra já uma voz poética desenvolvida e amadurecida, pressupondo um convívio assíduo com a escrita literária, mesmo que ainda.

(...)  estamos perante uma escrita com a força e a autenticidade que decorrem de certas dominantes
ou obsessões temáticas:
I) natureza metapoética de vários textos ou passagens de escrita, desde os poemas iniciais, visível até na escolha de certos títulos, quando medita na origem, essência e função da palavra poética; 
II) o pendor dialógico desta escrita, entre o sujeito poético e um Tu, ora presente, ora invocado e desejado (filho, pai, mãe, etc.);
III) valorização intensa e quase sinestésica dos vários sentidos; 
IV) interligadamente, o destaque concedido a uma metafórica de lastro rural, resgatando imagens e
metáforas ancestrais, no seu halo de pureza campestre, envolta em certo bucólico franciscanismo: terra, fragas, árvore, ventania, água, orvalho, fogo, semear, campo, jardim, seiva, etc.; 
V) ênfase concedida a uma singular poética do espaço e sobretudo da casa, enquanto imagem axial com suas variantes de magna mater (berço, seio, regaço, ninho, casulo, descanso, repouso, colo, peito, abrigo) – “A casa, a porta aberta entre flores / O amor sorrir, a fogueira acesa”; 
VI) configuração de uma poética do corpo, valorizadora da forma de Eros e da sua força vital;
VII) especial atenção a uma tópica da viagem, através das metáforas recorrentes do caminho, chão, viagem, passo, peregrino, mendigo, travessia, barco, voo, errância, entre outras, em notação ora realista, ora onírica, insistindo-se na imagem do caminho errante atravessado pelo homo viator; 
VIII) celebração da própria vida, quer em colorações mais eufóricas (destaque para o simbolismo do vinho), quer em tonalidades mais melancólicas, porque afinal de contas a geometria da dor pode
ser uma das mais fecundas escolas da vida.

José Cândido de Oliveira Martins