Filho de Ernesto de Campos Melo e Castro (Covilhã, 1896 — Covilhã, 1973), neto materno do 1.° Visconde da Coriscada e Comendador da Ordem da Instrução Pública a 1 de Agosto de 1955, e de sua mulher e duas vezes prima Maria Gonzaga de Campos e Melo Geraldes.
Foi casado com a escritora Maria Alberta Menéres e pai da
cantora Eugénia Melo e Castro.
Licenciatura em Engenharia Têxtil pela Universidade de
Bradford (1956); Doutoramento em Letras pela Universidade de São Paulo (1998).
Foi professor no Instituto Superior de Arte, Design e Marketing (IADE) e na
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil.
Destacou-se como um dos pioneiros da Poesia Visual
(concreta) em Portugal. Ideogramas data de 1962 e reúne 29 poemas concretos,
publicados sem qualquer introdução ou nota explicativa; este livro é considerado
um marco fundador da Poesia Concreta e do Experimentalismo em Portugal.
Participou no primeiro e foi um dos organizadores do segundo número da revista
Poesia Experimental, em 1964 e 1966, respetivamente (Ver: Poesia Experimental
Portuguesa). Entre as diversas antologias e suplementos em que colaborou,
assinale-se a organização de Hidra 2 (1969) e Operação 1 (1967).[5][6].
Também colaborou revista Arte Opinião [7] (1978-1982).
A prática poética de Melo e Castro "tem sido
acompanhada por uma teorização sistemática sobre a linguagem e as tecnologias
de comunicação. Na sua extensa obra cruzam-se múltiplas práticas e formas
experimentais: a explosão gráfica que combina a fragmentação da
palavra com a especialização da escrita alfabética e do desenho geométrico; o
poema-objeto tridimensional e a instalação; a recombinação intermédia de
escrita, som e imagem em movimento; a performance que inscreve a presença
corporal, vocal e gestual do autor nas práticas sociais e técnicas de
comunicação; a teorização do poema como dispositivo de crítica do discurso no
universo saturado dos média". Figura marcante no contexto artístico
português dos anos de 1960 e 1970, nas décadas que se seguiram dedicou-se a
investigar e a espelhar no seu trabalho as relações entre a arte e o
desenvolvimento tecnológico. Foi autor de um conjunto de obras pioneiras na
utilização do vídeo e do computador na produção literária, que constituem uma
"síntese da consciência autorreflexiva da ciência e da arte contemporânea"
(na Universidade Aberta, nomeadamente, desenvolveu entre 1985 e 1989 um projeto
de criação de videopoesia denominado Signagens).
A sua prolífica atividade artística foi apresentada em
numerosas exposições coletivas, em Portugal e no estrangeiro (entre as quais a
histórica Alternativa Zero, 1977); realizou diversas exposições individuais
(Galeria 111, Lisboa, 1965; Galeria Buchholz, 1974; Galeria Quadrum, 1978;
etc.), espetáculos e happenings (Galeria Divulgação, 1975; Centro de Arte
Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, 1985; etc.). Na sua atividade enquanto
poeta e crítico publicou dezenas de livros (entre os quais a Antologia da
Novíssima Poesia Portuguesa, 1959, em colaboração com Maria Alberta
Menéres).
Em 2006, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves
apresentou O Caminho do Leve, uma grande exposição retrospetiva da sua obra; da
poesia concreta e experimental à infopoesia, passando pela videopoesia, sem
esquecer a criação de imagens fractais, a mostra reuniu uma seleção de obras
representativas de quase cinco décadas de trabalho. Em Coimbra, na sua
exposição Do Leve à Luz (integrada no ciclo Nas Escritas PO.EX, 2012),
apresentou 14 novos Videopoemas.
A 10 de junho de 2017, foi feito Comendador da Ordem do
Infante D. Henrique.
Faleceu na noite de 29 de Agosto de 2020, aos 88 anos, em
São Paulo, Brasil.