O regicídio foi levado a cabo por dois membros da
Carbonária, organização revolucionária republicana.
Num artigo inserido na primeira página do Diário Illustrado
do dia seguinte, pode ler-se:
«Não se torna necessário considerar nas suas origens e
determinantes o espantoso crime de ontem, para o qualificar como um dos mais
hediondos e infames atentados, de que reza a história de todos os povos!».
E, mais adiante, sobre D. Manuel II, irmão do príncipe
herdeiro, que viria a ser o futuro rei de Portugal, o articulista do
supracitado artigo conclui:
«Sua majestade El-Rei o Senhor D. Manuel II, cuja
proclamação hoje será publicada em decreto no Diário do Governo, tem em volta
do seu trono, neste instante soleníssimo, a dedicação, o amor e o apoio
decidido de todos os portugueses dignos de tal nome!».
Fonte: Diário Illustrado n.º 12453, de 02-02-1908, 38.º ano
de publicação, p. 1
Inserção Histórica
O movimento republicano não iria permitir que o novo rei
estivesse no poder muito tempo, por, na sua opinião, o governo da coroa, entre
outros fatores de caráter social, não ter defendido os interesses de Portugal
perante os britânicos que consideravam sua a região entre Angola e Moçambique,
apresentada como portuguesa no célebre mapa-cor-de-rosa.
A 5 de outubro de 1910, com a Implantação da República em Portugal,
D. Manuel II é deposto, sendo obrigado a exilar-se nos arredores de Londres,
onde viria a falecer, inesperadamente, a 2 de julho de 1932.
A 5 de julho desse mesmo ano, Salazar seria nomeado Chefe do
Governo e um novo ciclo histórico se iniciaria, pondo em relevo, no ensino
escolar, o papel desempenhado na História de Portugal por alguns monarcas
portugueses e seus familiares.