sábado, 15 de janeiro de 2022

O Baixo Mondego nos Finais da Idade Média

Título: O Baixo Mondego nos Finais da Idade Média 
Autora: Maria Helena da Cruz Coelho
Ano: 1989 (Março)
Encadernação: Brochura
Editor: Imprensa Nacional – Casa da Moeda
Capa: Francisco Macedo
Estado de conservação: Bom
 
VOLUME I 
Nº de páginas: 730
Dimensões: 24 cm x 15 cm
Tiragem: 2000 exemplares
 
VOLUME II 
Nº de páginas: 1044
Dimensões: 24 cm x 15 cm
Tiragem: 2000 exemplares
 
Preço:          INDISPONÍVEL
Referência: 2201001

Sinopse: "Esta obra dá-nos a conhecer, numa ótica regional, as estruturas agrárias dos finais da Idade Média, desde a ocupação e exploração do espaço às relações de poder e domínio que sobre ele se estabelecem. Divide-se este trabalho em cinco grandes capítulos: a terra e os homens; economia senhorial: propriedade e atividades produtivas; economia senhorial: renda e circulação de bens; estrutura e níveis do poder; os camponeses: resistências e quotidiano. A área escolhida, caracterizada pela dualidade entre terras do campo e do monte, e marcada pelo curso do Mondego, é eminentemente rural, polarizada pelo centro urbano de Coimbra e o porto marítimo-fluvial de Montemor. A margem direita do rio foi repovoada sistematicamente após a conquista de Coimbra, em 1064, e por todo o século XII, mas só na centúria seguinte se colonizou grande parte da outra margem. Os potentados eclesiásticos, onde se destacam sobremaneira os crúzios e os cónegos da Sé de Coimbra, apoiaram e dirigiram os homens para empreendimentos de arroteamento em florestas, mas sobretudo em áreas pantanosas; mercê desse apoio, novos aglomerados populacionais foram surgindo, sancionados pelos aforamentos coletivos que os senhores lhes concediam. Fatores vários quebram a dinâmica expansionista de Duzentos e por todo o espaço surgem as terras ermas e despovoadas. Não ficou porém paralisada a economia senhorial, e, com altos e baixos, a crise é enfrentada. Se a depressão é particularmente aguda nos anos de 1350 a 1390, justamente nesse período cresce o arroteamento destinado à vinha, e nos finais do século muitas terras estão de novo a ser postas em cultura, como, por outro lado, se incrementa a pastorícia, avolumando-se as questões sobre os terrenos de pastagens. A política contratual dos senhores tende a incentivar o reaproveitamento dos seus domínios, se bem que a globalidade das suas rendas deva ter sofrido baixas que os mesmos procuraram minorar com novos foros e exações. A nível do poder, enfrentam-se o rei, senhores e concelhos, já que nem sempre os seus interesses coincidem, antes, no geral, se chocam neste conflituoso mas dinâmico evoluir ao longo dos séculos XIV e XV. O campesinato sofria, pois, as contradições deste processo e tentava reagir movimentando-se então para alcançar novos réditos, para além dos da sua exploração familiar (que muitas vezes não lhes bastavam), e afirmava a sua recusa aos «maus usos» senhoriais, escudado na carta de foral e na crescente consciencialização dos seus direitos e deveres que a vida gerida em comunidade lhes outorgava. A autora, baseada em documentação inédita e na maior parte desconhecida, chega a conclusões do maior interesse e da mais alta relevância para a história regional dos séculos XIV e XV, com possibilidades de generalização, em muitos casos, por todo o País. A bibliografia utilizada é vasta, com abundante recurso a obras estrangeiras, o que permite à autora frequentes comparações com temas já estudados e comprovados nos países da Península Ibérica, na França e na Itália. Este aspeto comparativo alarga ainda mais o âmbito das conclusões apresentadas, conferindo a este trabalho uma utilidade internacional."

Descrição: Tese de doutoramento em Letras (História da Idade Média) apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra