Título: Edição Crítica de Poemas de Fernando Pessoa
Coordenador: Ivo Castro
Ano: 2001
Nº páginas: 525
Série: Maior
Estado de conservação: Como novo
Preço: 22,00 €
Referência: 2301023
Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa literatura,
conhecido mundialmente. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de
toda a produção poética portuguesa do século xx. Se nele é ainda notória a
herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção)
de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao
esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida
em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente
múltipla e unitária da vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo
duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo
de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os
célebres heterónimos – Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem
contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como «correspondente estrangeiro». Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada Negreiros e outros, a revista Orpheu, que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta.
Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista Orpheu (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, Mensagem (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos.