Título: Brasões da Sala de Sintra
Autor: Anselmo Braamcamp Freire
Introdução: Luís Bivar Guerra
Editor: Imprensa Nacional-Casa da Moeda . Lisboa
Ano: 1973
Nº de volumes: 3 volumes
Estado de conservação: Bons exemplares
Nº de páginas: In-fólio de LIV-VI-626-I + XXXI-512-III + XIV-512-III págs. Br.
Encadernação: Encadernação editorial com sobrecapas
Preço: 57,00 € (3 volumes)
Referência: 2303044
Obra de grande e reconhecido merecimento histórico,
fundamental para a genealogia e heráldica portuguesas, «Brasões da Sala de
Sintra» apresenta-se ilustrada com todos os brasões d'armas.
O Palácio Nacional de Sintra, situado no centro histórico da Vila, foi habitado ao longo de quase oito séculos por monarcas portugueses e pela corte. Era muito utilizado, sobretudo durante a Idade Média, para apoio durante os períodos de caça, como refúgio por ocasião de surtos de peste na capital ou durante os meses de verão, devido ao clima mais ameno da vila. O edifício reúne vários estilos arquitectónicos em que sobressaem os elementos góticos e manuelinos, sendo fortemente marcado pelo gosto mudéjar – feliz simbiose entre a arte cristã e a arte muçulmana – desde logo patente nos exuberantes revestimentos azulejares hispano-mouriscos. Também no acervo das coleções expostas nos seus interiores são evidentes os testemunhos artísticos da multiculturalidade que marcou as artes decorativas portuguesas do século XVI ao século XVIII muçulmano.
O Paço de Sintra é pela primeira vez referido por Al-Bakrî, geógrafo árabe do século X, juntamente com o castelo que lhe faz face no alto da serra. Em 1147, na sequência da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, dá-se a rendição dos almorávidas de Sintra, pondo fim a mais de três séculos de domínio. A configuração atual do Palácio Nacional de Sintra resulta essencialmente das campanhas de obras promovidas por D. Dinis (1261-1325) − responsável pela construção da Capela−, D. João I (1356-1433) − que organiza os seus aposentos em torno do Pátio Central erguendo a atual Sala dos Cisnes, a mais antiga Sala de aparato dos palácios portugueses, e salas anexas − e D. Manuel I (1469-1521), que acrescenta ao palácio a imponente Sala dos Brasões, cuja cúpula ostenta as armas de D. Manuel, de seus filhos, e de setenta e duas das mais importantes famílias da Nobreza, e a Ala Nascente.
O edifício foi seriamente afetado pelo grande terramoto de 1755, após o que foi reconstruído, mantendo a silhueta que hoje apresenta a partir de meados do século XVI. A revolução de 1910 vem pôr um fim abrupto à utilização do Paço de Sintra como residência real, sendo a Rainha D. Maria Pia, viúva do Rei D. Luís, a última a habitar o Palácio, daqui partindo para o exílio.