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Etimologia e história do termo Robô: O termo robô foi usado pela primeira vez pelo checo Karel
Capek (1890-1938) na peça de teatro intitulada R.U.R. (Rossum's Universal
Robots, cujo livro foi lançado no Brasil pela editora Hedra com o título A
Fábrica de Robôs),[4] estreada em janeiro de 1921 em Praga. Inicialmente
Capek estava decidido a chamar as criaturas autómatas da sua peça de labori, em
clara referência ao latim labor, "trabalho", mas acatou a sugestão de
seu irmão, Josef Čapek (1887-1945) o verdadeiro criador da palavra e os chamou de roboti (plural). A palavra robô, derivada de
robot/roboti (singular/plural) tem como raiz a palavra checa robota, a qual
significa "trabalho forçado, servidão" e tem como uma de suas
derivações a palavra rabu, que significa "escravo". Os
"robôs" de R.U.R. eram fabricados com matéria orgânica sintética sendo, portanto, mais próximos dos replicantes e dos clones humanos.
Obras de Carel Kapek: "A Guerra das Salamandras é um clássico da ficção científica
publicado em 1936 pelo escritor checo Karel Capek. Há quem compare o livro com
outras distopias como 1984 de George Orwell ou Admirável Mundo Novo de Aldous
Huxley. A mim lembra-me também A Metamorfose de Kafka, um coevo e conterrâneo
de Capek. A Metaformose narra a inexplicada transformação de um homem num
insecto. A Guerra das Salamandras narra, partindo da teoria da evolução de
Darwin, a transformação de salamandras inteligentes, descobertas numa ilha
remota, na espécie dominadora do mundo, que às tantas se vê na «necessidade
vital» de dominar a humanidade.
Os paralelismos entre o «salamandrismo» e o nazismo são mais
do que muitos e quando, em 1939, os nazis invadiram Praga procuraram Capek para
prendê-lo. Tinha morrido no ano anterior.
Karel Capek não é só um escritor dotado de imaginação,
sentido crítico e uma cultura científica suficiente para dar consistência à
«suspensão da descrença» que a sua narrativa exige. É também um escritor
criativo, do ponto de vista formal, qualidade que não costuma abundar entre os
escritores de ficção científica. Mesmo grandes escritores deste género e
expoentes da literatura mundial, como H.G. Wells ou George Orwell, são muito
convencionais nos seus processos literários. Capek reflete alguns dos experimentalismos
formais e das teorias literárias do seu tempo e de tempos mais recentes, usando
recursos estilísticos associados à literatura pós-moderna. Coloca a ficção ao
serviço da reflexão e vice-versa. Eu li-o como um brilhante predecessor de
Milan Kundera. Multiplica os pontos de vista narrativos, coloca o narrador a
discutir com o escritor no capítulo final, comenta e acrescenta a sua própria
narrativa com ficções em notas de rodapé, usa diferentes tipos tipográficos,
integra imagens no texto.
A Guerra das Salamandras leva-nos a refletir tanto sobre a
condição humana como sobre a própria literatura, o que é uma definição possível
de um grande romance."