Título: "Amor de Perdição" em Verso
Autor: Júlio Guimarães
Editora: Livraria Barateira - Lisboa
Edição: 1ª edição
Nº de páginas: 64 páginas
Dimensões: In- 8º
Capa de: Alberto de Sousa
(1880-1961).
Encadernação: Brochura, encadernado em capa dura
Estado de conservação: Bom exemplar,
Preço: 43,00 €
Referência: 2411017
Sinopse: Relevante peça camiliana
com elevado interesse histórico e bibliográfico, presume-se que publicada nos anos 20 do século XX.
Estamos em presença da versão em
verso do Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco, por Júlio de Guimarães - o
"poeta fadista".
Esta obra encontra-se dividida em
três partes, todas em verso: Introdução; A fisionomia dos principais
personagens do Amor de Perdição, onde o autor traça o retrato psicológico das
personagens; Amor de Perdição.
Peça para colecionadores, muitíssimo rara.
Além deste exemplar, um outro conhecido
mas já indisponível no Livreiro Monasticon refere o seguinte:
“Em nota do antigo proprietário,
numa folhinha batida à máquina, é-nos transmitido que a edição "deste
curioso folheto em verso, feito pelo livreiro Júlio de Guimarães (o poeta
fadista) foi totalmente apreendida e destruída, tendo escapado uma meia dúzia
de exemplares", dando ainda conta do seguinte: "O nosso ostenta a
capa de brochura ilustrada pelo mestre aguarelista Alberto de Sousa o que o
torna mais valioso e raro." Só não explica porque foi dizimada esta
edição, algo que também não conseguimos deslindar. No entanto, atestando a
veracidade destas informações, as referências ao livro são praticamente
inexistentes, tanto quanto foi possível apurar, com exceção de um artigo de
Maria Aparecida Ribeiro, da Universidade de Coimbra, intitulado Amor de
Perdição, de novela portuguesa a cordel brasileiro. A BNP dá notícia de um
exemplar.”»
"O «Amor de Perdição»,
Que as desventuras revela
Dum amor intranquilo,
Foi escrito na prisão,
Na penumbra duma cela,
Pelo seu autor: - Camilo.
Por ventura existe alguem
Que não tenha lido ainda
Este episódio de amor;
Jóia a onde se retém
A fulguração infinda
Do primoroso escritor?!...
Não ha ninguem, certamente,
Que não tivesse chorado
Nas paginas dêste drama;
Fatal código, fremente,
De todo o ser desgraçado
Que na vida sofre e ama!"
(Excerto da Introdução)
"Domingos José Botelho,
Da alta nobreza o espelho,
Juiz de fóra em Cascaes,
Sentindo do amor a chama,
Contraiu com linda dama
Laços matrimoniais.
Dona Rita Preciosa
Era o nome da formosa
Esposa do nobe juiz;
Que a-pesar d'amor lhe ter
Nunca a conseguiu fazer
Inteiramente feliz.
[...]
Tendo apenas quinze anos,
Libertos de desenganos,
- Quadra em que a vida é vergel, -
Simão estudava em Coimbra :
- Cidade que encantos timbra! -
Com seu irmão Manuel.
Co´a enfusiante alegria
Da sua alma bravia.
Por esboçar desacatos;
Simão Botelho era tido
Por valente, destemido,
Entre os colegas pacatos
Com sua grande bravura
Honrava a nobre figura
Do seu bisavô paterno;
Porém, fremindo no peito
Tinha um coração perfeito,
Bondoso, simples e terno."
(Excerto do Cap. I - (1779 a 1802)