Título: Ao Correr da Pena Memórias de uma Vida A. Teixeira LopesPublicadas e prefaciadas por: B. Xavier CoutinhoEdição: Câmara Municipal de GaiaAno: 1968 (Gaia)Dimensões: In-4ºNº páginas: 710Encadernação: Encadernação editorial com sobrecapa policromada de protecçãoEstado de conservação:
Bom exemplar, tem uma assinatura de posse Preço: 60,00 €Referência: 2301011 Sinopse: «A publicação das Memórias do escultor A. Teixeira Lopes há
muito que se impunha como uma necessidade; exigia-o, a meu ver, o conhecimento
da época recente em que ele viveu e realizou a sua obra.
De facto, no final do século XIX, depois de A. Soares dos
Reis, este escultor foi uma das pedras fundamentais da vida artística
portuguesa. (…)
(…) A nossa tarefa foi morosa e dura, em ordem a uma
apresentação que queríamos cuidada, preocupados com a mais estrita fidelidade
ao original. Aliás, sob este aspecto, apenas introduzimos, além do índice, as
divisões capitulares com o fim claro de aligeirar e facilitar a sua leitura.
Uma ou outra nota tiveram, como finalidade, datar o
original.
Tem agora o público português a oportunidade de conhecer um
escultor que passou pelas ruas do Porto e Gaia, onde viveu e sofreu, e ficou na
obra realizada que o futuro, por certo, respeitará, na medida em que a
conhecer.
Oxalá, na plena compreensão do serviço que esta obra vai
prestar ao conhecimento do seu tempo, outros artistas portugueses,
contemporâneos de A. Teixeira Lopes, aos quais ele tantas vezes se refere,
venham a ser objecto de um conhecimento igual, um conhecimento que o estudo da
sua época requer.
Biografia: "Era filho do escultor José Joaquim Teixeira Lopes e de
Raquel Pereira de Meireles; irmão do arquiteto José Teixeira Lopes, seu
colaborador em muitos trabalhos e na construção da sua grande casa.
Iniciou a aprendizagem de escultura na oficina de seu pai em
1881. Em 1882 ingressou na Academia Portuense de Belas-Artes, onde foi aluno de
Soares dos Reis e Marques de Oliveira.[1]
Em 1885, quando frequentava o terceiro ano do curso, foi
para Paris completar os estudos. Ingressou na École des Beaux-Arts, onde teve
como orientadores Gauthier e Berthet, obtendo vários prémios. Nos anos
seguintes continuou a apresentar trabalhos em exposições (em Portugal e
França).
Fez parte da Maçonaria, tendo sido iniciado em 1898 na Loja
Ave Labor do Grande Oriente Lusitano Unido, com o nome simbólico de Rude.[2]
Entre 1899 e 1904 executou obras de particular relevo:
monumento fúnebre de Oliveira Martins; A História (Cemitério dos Prazeres,
Lisboa); monumento de homenagem ao horticultor e floricultor José Marques
Loureiro (Jardim da Cordoaria, Porto); monumento de Eça de Queiroz, 1903 (Largo
Barão de Quintela, Lisboa, 1907).
Em 1900 participou na Exposição Universal de Paris, tendo
obtido um Grand Prix e a condecoração de Cavaleiro da Legião de Honra. Esse
sucesso consolidou a sua posição e, em 1901, assumiu o lugar de professor de
escultura da Academia Portuense de Belas-Artes, que manteve até 1936 (ano da
sua jubilação).
Em 1895, com projeto do seu irmão, construiu o seu atelier
na Rua do Marquês de Sá da Bandeira, em Vila Nova de Gaia, onde hoje é a
Casa-Museu Teixeira Lopes e onde se preserva uma parte significativa da sua
obra.
António Teixeira Lopes é o autor das imponentes portas de
bronze da Igreja da Candelária, na cidade do Rio de Janeiro (1901); também do
monumento onde repousam os restos mortais de Bento Gonçalves da Silva, na praça
Tamandaré, em Rio Grande.
A 5 de outubro de 1934, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz
da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada."
Vida pessoal: "António Teixeira Lopes passava grandes temporadas na aldeia
onde nascera seus Pais, São Mamede de Ribatua, em plena região do Alto Douro
Vinhateiro. Aí juntamente com os seus Pais e Irmãos, foi um dos fundadores da
Quinta Vila Rachel, propriedade esta produtora de vinhos e azeites de elevada
qualidade, ainda em actividade nos dias que correm pelas mãos dos seus
descendentes."