Entre 1979 e
1981, Werner Herzog passou longas temporadas na Amazónia, devido ao grandioso
projecto cinematográfico de Fitzcarraldo: contar a vida do barão da borracha
Carlos Fermín Fitzcarrald, que ousara transportar um navio através de um istmo
na Amazónia.
A viagem
descrita neste livro assume diferentes formas: desde a deslocação física por
geografias distantes — Estados Unidos, Peru, Brasil, Alemanha — recorrendo a
transportes diversos, do navio de Fitzcarraldo a aviões apinhados, por entre
aterragens loucas, paisagens sublimes e vistas do topo do mundo, da mota por
estradas esburacadas à jangada por rápidos furiosos, até à imagem de um avião a
despenhar‑se contra os arranha‑céus
nova‑iorquinos.
Entre o onírico, o inútil
e o impossível, vemos Herzog e a humanidade
sucumbirem à natureza agressiva da selva.”