Título: Poesia
Autor: Eugénio de Andrade
Editor: Modo de Ler
Prefácio: Não tendo sido possível, por motivos de saúde, pedir a Óscar Lopes um prefácio para esta edição utilizou-se um texto do grande estudioso da obra de Eugénio de Andrade - "A Mãe d´Água ou A Poesia de Eugénio" publicado em 1993, que era de particular predilecção do poeta.
Número de páginas: 714
Encadernação: Encadernação editorial com sobrecapa
Ano: 2011
Dimensões:
Estado de conservação: Livro novo
Preço: 50,00 €
Referência: 2403001
Sinopse: "Poesia" de Eugénio de Andrade reúne toda a sua
obra poética, desde "Primeiros Poemas" (recuperados dos dois
primeiros livros - Adolescente e Pureza- que o autor repudiou) e "As Mãos
e os Frutos" (1948) até "Os Sulcos da Sede" (2001), a sua última
obra poética. Não tendo sido possível, por motivos de saúde, pedir a Óscar
Lopes um prefácio para esta edição utilizou-se um texto do grande estudioso da
obra de Eugénio de Andrade - "A Mãe d´Água ou A Poesia de Eugénio"
publicado em 1993, que era de particular predilecção do poeta.
Autor: "Eugénio de Andrade, poeta português, Eugénio de Andrade (1923-2005), pseudónimo
de José Fontinhas, nasceu a 19 de janeiro de 1923 no Fundão. Em 1947 ingressou
na função pública, como funcionário dos Serviços Médico-Sociais, e em 1950
fixou residência no Porto. Manteve sempre uma postura de independência
relativamente aos vários movimentos literários com que a sua obra coexistiu ao
longo de mais de cinquenta anos de atividade poética. Revelando-se em 1948,
comAs Mãos e os Frutos, a que se seguiria, em 1950, Os Amantes sem Dinheiro, o
seu nome não se encontra vinculado a nenhuma das publicações que marcaram, enquanto
lugar de reflexão sobre opções e tradições estéticas, a poesia contemporânea,
embora tenha editado um dos seus volumes, As Palavras Interditas, na coleção
"Cancioneiro Geral" e colaborado em publicações como Árvore, Cadernos
do Meio-Dia ou Cadernos de Poesia. É, aliás, nesta última publicação, editada
nos anos quarenta, que se firmam algumas das vozes independentes, como Ruy
Cinatti, Sophia de Mello Breyner Andresen ou Jorge de Sena, que inaugurariam,
no século XX, essa linhagem de lirismo depurado, exigente, atento ao poder da
palavra no conhecimento ou na fundação de um real dificilmente dizível ou
inteligível, em que Eugénio de Andrade se inscreve. A escolha dos inofensivos
substantivos "pureza" e "leveza" para referir a sua obra
derivará talvez da noção do impulso de purificação que a sua poética confere às
palavras através da exploração de um léxico essencial até à exaltação. Quando
Maria Alzira Seixo fala do caminho que esta poesia percorre "na senda do
rigor da lápide" ("Every poem is an epitaph", já dizia Eliot)
levanta o véu de um dos pontos fulcrais desta poesia que, nas palavras do
próprio Eugénio de Andrade (Rosto Precário), se afirma como o "lugar onde
o desejo ousa fitar a morte nos olhos". Falar desta obra como morada da
"leveza" e da "pureza" é encobrir o que nela há de ofício
de paciência e de desesperada busca. Talvez seja preferível falar da força
básica de um léxico de tal maneira investido da radicação do corpo do objecto
amado no mundo e na sua paisagem que é capaz de impor o desejo da luz no
coração das trevas da mortalidade. Eugénio de Andrade surgirá, assim, como o
poeta da "correlação do corpo com a palavra" (Carlos Mendes de
Sousa), da sexualidade trabalhada verbalmente até atingir uma "zona
gramatical cega" (Joaquim Manuel Magalhães) onde o referido sexual não tem
género gramatical referente porque o discurso em que vive pertence já a uma
dimensão cuja musicalidade representa a recuperação de uma voz materna
intemporal. Eugénio de Andrade foi elemento da Academia Mallarmé (Paris) e
membro fundador da Academia Internacional "Mihail Eminescu"
(Roménia). Para além de tradutor de vários autores, cujas obras recriou
poeticamente (García Lorca, Safo, Borges), e organizador de várias antologias
poéticas, é autor de obras como Os Afluentes do Silêncio (1968), Rosto Precário
(1979), À Sombra da Memória (1993) (em prosa), As Mãos e os Frutos (1948), As
Palavras Interditas (1951), Ostinato Rigore (1964), Limiar dos Pássaros (1976),
Rente ao Dizer (1992), Ofício da Paciência (1994), O Sal da Língua (1995) e Os
Lugares do Lume (1998). Recebeu ao longo da sua vida vários prémios: Pen Clube
(1986), Associação Internacional dos Críticos Literários (1986), Dom Dinis
(1988), Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1989), Jean
Malrieu (França, 1989), APCA (Brasil,1991), Prémio Europeu de Poesia da
Comunidade de Varchatz (República da Sérvia, 1996), Prémio Vida Literária
atribuído pela APE (2000) e, em maio de 2001, o primeiro prémio de poesia
"Celso Emilio Ferreiro" atribuído em Orense, na Galiza. Em 2001, a 10
de maio, Eugénio de Andrade foi homenageado na Universidade de Bordéus por
altura da realização do "Carrefour des Littératures", tendo sido
considerado um dos mais importantes escritores do século XX. Estiveram
presentes várias ilustres personalidades, entre elas o Presidente da República
Portuguesa Jorge Sampaio. A 10 de Julho foi distinguido com o Prémio Camões e,
ainda no mesmo ano, foi lançado um CD com poemas recitados pelo próprio autor.
Em 2002, foram atribuídos os prémios PEN 2001 e Eugénio de Andrade recebeu o
prémio da área da poesia pela sua obra Os Sulcos da Sede. No dia em que
comemorou o seu octogésimo aniversário foi homenageado na Biblioteca Almeida
Garrett do Porto. Em 1991, foi criada na cidade do Porto a Fundação Eugénio de
Andrade. Para além de ter servido de residência ao poeta, esta instituição tem
como principais objetivos o estudo e a divulgação da obra do autor assim como a
organização de diversos eventos como, por exemplo, lançamentos de livros,
recitais e encontros de poesia. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2005."