Título: As Encruzilhadas de Deus
Autor: José Régio
Desenhos: Manuel Ribeiro de Paiva
Editor: Portugália Editora
Edição: 3ª edição
Género: Poesia
Género: Poesia
Encadernação: Capa de brochura com badanas
Dimensões: 22 cm x 15 cm
Estado de Conservação: Bom
Preço: 22,00 €
Referência: 1812001
Sinopse: José Régio, poeta, autor dramático e ficcionista, de seu
nome verdadeiro José Maria dos Reis Pereira, nasceu em 1901, em Vila do Conde,
onde faleceu em 1969. Formou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras
de Coimbra, com uma tese de licenciatura subordinada ao título As Correntes e
as Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa, na qual ousa apresentar como
nome cimeiro da poesia contemporânea Fernando Pessoa, autor que não possuía
ainda nenhuma edição em livro. É em Coimbra que colabora com as publicações
Bysancio e Tríptico, convivendo com o grupo de escritores que virão a reunir-se
em torno da criação da revista Presença. No primeiro número da revista, fundada
com João Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca, publicará o texto
"Literatura Viva", que pode ser entendido como manifesto programático
do grupo, defendendo que "Em arte, é vivo tudo o que é original. É
original tudo o que provém da parte mais virgem, mais verdadeira e mais íntima
duma personalidade artística", pelo que, "A primeira condição duma
obra viva é pois ter uma personalidade e obedecer-lhe". Definindo
"literatura viva" como "aquela em que o artista insuflou a sua
própria vida, e que por isso mesmo passa a viver de vida própria.", aí
reclama, para a obra artística, o carácter de "documento humano" e os
critérios de originalidade e sinceridade.
As linhas mestras da sua poética surgem claramente logo no
seu primeiro livro de poesia (Poemas de Deus e do Diabo, 1925), no qual o culto
da originalidade, entendida como autenticidade expressiva, se processa
tematicamente entre os pólos do Bem e do Mal, do espírito e da carne, e, enfim,
do divino e do humano. Neste contexto, os neo-realistas criticaram o
psicologismo da sua poesia, que consideravam excessivamente voltada "para
o umbigo".
Como autor dramático, José Régio coligiu, em 1940, no
Primeiro Volume de Teatro, textos dramáticos (Três Máscaras, Jacob e o Anjo)
publicados dispersamente desde os anos trinta, a que se seguiriam o drama
realista Benilde ou a Virgem-Mãe (1947), uma peça que veio a ser adaptada ao
cinema por Manoel de Oliveira, El-Rei Sebastião (1949), A Salvação do Mundo
(1954), O Meu Caso ou Mário ou Eu-Próprio - O Outro (1957), peças que, em larga
medida, estabelecem uma continuidade entre temas, problemáticas religiosas, humanas
e metafísicas já abordadas na obra poética, transferindo o que esta possuía de
forma latente em tensão dramática, patético e exibição emotiva para o registo
teatral. É de destacar também O Jogo da Cabra-Cega (1934), um romance marcado
pelo recurso à técnica do monólogo interior. Postumamente foram editadas as
memórias Confissão de um Homem Religioso. Comparecendo ainda em publicações
como Portucale, Cadernos de Poesia ou Távola Redonda, José Régio organizou
vários florilégios de poetas diversos, redigiu estudos prefaciais para poetas
da geração da Presença e preparou a primeira série das Líricas Portuguesas.