Eduardo Lourenço morreu esta terça-feira em Lisboa, aos 97 anos. Era conselheiro de Estado, professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta e interventor cívico e foi várias vezes galardoado e distinguido.
Em 2018 foi protagonista e narrador da sua própria história, num filme de Miguel Gonçalves Mendes intitulado "O Labirinto da Saudade". O filme adapta a obra homónima de Eduardo Lourenço e traça uma viagem através da cabeça do pensador português, constituindo-se como uma "homenagem em vida" do realizador ao ensaísta.
Hoje saiu de cena, mas deixa a marca da "grande originalidade" do seu pensamento - de acordo com a página a si dedicada, do Centro Nacional de Cultura -, e a imagem do ensaísta que permitia "a única reflexão inteligente sobre a política nacional", como o definiu o poeta Herberto Helder, numa carta de 1978.
Apaixonado pela literatura, referia-se aos livros como "filhos" e dizia que "estar-se sem livros é já ter morrido". Mas foi sobretudo sobre a poesia, mais do que a prosa, que incidiram os seus ensaios, de Luís de Camões a Miguel Torga, passando por Fernando Pessoa."