Título: O Baixo Mondego nos Finais da Idade Média
Autora: Maria Helena da Cruz Coelho
Ano: 1989 (Março)
Encadernação: Brochura
Editor: Imprensa Nacional – Casa da Moeda
Capa: Francisco Macedo
Estado de conservação: Bom
VOLUME I
Nº de páginas: 730
Dimensões: 24 cm x 15 cm
Tiragem: 2000 exemplares
VOLUME II
Nº de páginas: 1044
Dimensões: 24 cm x 15 cm
Tiragem: 2000 exemplares
Preço: INDISPONÍVEL
Referência: 2201001
Sinopse: "Esta obra dá-nos a conhecer, numa ótica regional, as
estruturas agrárias dos finais da Idade Média, desde a ocupação e exploração do
espaço às relações de poder e domínio que sobre ele se estabelecem. Divide-se
este trabalho em cinco grandes capítulos: a terra e os homens; economia senhorial:
propriedade e atividades produtivas; economia senhorial: renda e circulação de
bens; estrutura e níveis do poder; os camponeses: resistências e quotidiano. A
área escolhida, caracterizada pela dualidade entre terras do campo e do monte,
e marcada pelo curso do Mondego, é eminentemente rural, polarizada pelo centro
urbano de Coimbra e o porto marítimo-fluvial de Montemor. A margem direita do
rio foi repovoada sistematicamente após a conquista de Coimbra, em 1064, e por
todo o século XII, mas só na centúria seguinte se colonizou grande parte da
outra margem. Os potentados eclesiásticos, onde se destacam sobremaneira os
crúzios e os cónegos da Sé de Coimbra, apoiaram e dirigiram os homens para
empreendimentos de arroteamento em florestas, mas sobretudo em áreas
pantanosas; mercê desse apoio, novos aglomerados populacionais foram surgindo,
sancionados pelos aforamentos coletivos que os senhores lhes concediam.
Fatores vários quebram a dinâmica expansionista de Duzentos e por todo o
espaço surgem as terras ermas e despovoadas. Não ficou porém paralisada a
economia senhorial, e, com altos e baixos, a crise é enfrentada. Se a depressão
é particularmente aguda nos anos de 1350 a 1390, justamente nesse período
cresce o arroteamento destinado à vinha, e nos finais do século muitas terras
estão de novo a ser postas em cultura, como, por outro lado, se incrementa a
pastorícia, avolumando-se as questões sobre os terrenos de pastagens. A
política contratual dos senhores tende a incentivar o reaproveitamento dos seus
domínios, se bem que a globalidade das suas rendas deva ter sofrido baixas que
os mesmos procuraram minorar com novos foros e exações. A nível do poder,
enfrentam-se o rei, senhores e concelhos, já que nem sempre os seus interesses
coincidem, antes, no geral, se chocam neste conflituoso mas dinâmico evoluir ao
longo dos séculos XIV e XV. O campesinato sofria, pois, as contradições deste
processo e tentava reagir movimentando-se então para alcançar novos réditos,
para além dos da sua exploração familiar (que muitas vezes não lhes bastavam),
e afirmava a sua recusa aos «maus usos» senhoriais, escudado na carta de foral
e na crescente consciencialização dos seus direitos e deveres que a vida gerida
em comunidade lhes outorgava. A autora, baseada em documentação inédita e na
maior parte desconhecida, chega a conclusões do maior interesse e da mais alta
relevância para a história regional dos séculos XIV e XV, com possibilidades de
generalização, em muitos casos, por todo o País. A bibliografia utilizada é vasta,
com abundante recurso a obras estrangeiras, o que permite à autora frequentes
comparações com temas já estudados e comprovados nos países da Península
Ibérica, na França e na Itália. Este aspeto comparativo alarga ainda mais o
âmbito das conclusões apresentadas, conferindo a este trabalho uma utilidade
internacional."
Descrição: Tese
de doutoramento em Letras (História da Idade Média) apresentada à Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra