sábado, 10 de junho de 2023
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
O Porco Triunfante (Animal Farm)
"Orwell escreveu uma fábula, uma história personificada por
animais. Mas há nesta fábula algo de inquietante. Classicamente, atribuir aos
animais os defeitos e os ridículos dos humanos, se servia para censurar a
sociedade, servia igualmente para nos tranquilizar, pois ficavam colocados à
distância, «no tempo em que os animais falavam», os vícios de todos nós e as
sua funestas consequências".
sexta-feira, 9 de junho de 2023
Recordações de Vizella
segunda-feira, 5 de junho de 2023
Lendas do Mundo Antigo
quinta-feira, 1 de junho de 2023
A 1 de junho de 1890 morre Camilo Castelo Branco
“No dia 1 de junho de 1890, Camilo Castelo Branco
encontrava-se em sua casa, em S. Miguel de Seide, no concelho de Famalicão.
Recebeu a visita do médico, que lhe examinou os olhos e que lhe recomendou
descanso e tratamento numas termas.
O escritor sofria há muito de uma cegueira progressiva,
causada pela sífilis, e o seu estado era praticamente irreversível. Enquanto a
sua mulher conduzia o médico à porta de saída, Camilo, sentado na sua cadeira
de baloiço, disparou um tiro de revólver na cabeça. O escritor sobreviveu ainda
durante algumas horas, mas não resistiu ao ferimento. Foi sepultado três dias
mais tarde, no jazigo de um amigo, no cemitério da Venerável Irmandade de Nossa
Senhora da Lapa, no Porto, como era seu desejo.
O suicídio encerrou uma vida longa e infeliz, marcada pela
instabilidade, pelos infortúnios e, nos últimos anos, pela doença, que o autor
refletiu na sua obra literária.
Como foi a sua vida?
Camilo Castelo Branco nasceu em 1825, em Lisboa. Ficou órfão
de mãe e pai muito jovem e foi criado por uma tia, em Vila Real. Estudou na
Escola Médica do Porto e, mais tarde, em Direito.
Camilo tinha uma personalidade irrequieta e inconstante e
esteve envolvido em polémicas durante toda a sua vida. Na altura da revolta da
Maria da Fonte, em 1846 chegou a combater ao lado da guerrilha miguelista.
A sua vida pessoal foi muito tumultuosa. Casou aos 16 anos e
as suas ligações amorosas, que eram motivo de escândalo para a moral vigente,
levaram-no a fugas, mudanças de residência e à prisão, por mais de uma vez.
O episódio mais conhecido da sua biografia é, precisamente,
a sua paixão por Ana Plácido, uma jovem noiva e posteriormente casada com um
rico negociante do Porto, com quem fugiu. Por este motivo, estiveram ambos
presos durante um ano, até à absolvição em julgamento.
A morte do filho, a infelicidade da sua vida familiar, as
permanentes dívidas e o agravamento da sua doença acabaram por conduzi-lo ao
suicídio, quando tinha 65 anos.
E de que forma isso está refletido na sua obra literária?
Costuma dizer-se que os romances e novelas de Camilo foram
uma espécie de catarse, de reflexo da sua vida pessoal. É, por exemplo,
evidente o paralelo que pode ser estabelecido entre a odisseia da sua relação
com Ana Plácido e a trama do seu romance mais célebre, o Amor de Perdição, que
trata de um amor desesperado, trágico e sem remissão, causado pelos
constrangimentos sociais da época.
Camilo Castelo Branco escreveu de forma muito intensa ao
longo de toda a sua vida, em vários géneros, porque a escrita era o seu
principal sustento. Deixou mais de 260 obras, escritas ao longo de quase 40
anos.
Apesar do tom pessimista das suas novelas e de o seu fim
trágico deixar entender uma vida de infelicidade, de injustiça e de infortúnio,
Camilo gozou de um pleno reconhecimento do seu mérito literário, durante os
últimos anos da sua vida, quer por parte do público, quer dos escritores e
intelectuais portugueses. Foi, além disso, homenageado pela Academia de
Ciências de Lisboa e o rei concedeu-lhe o título de Visconde de Correia
Botelho.”
domingo, 28 de maio de 2023
Feira do Livro do Porto de 25 de agosto a 10 de setembro
Os Livros
É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?
É isto um livro,
esta espécie de coração (o nosso coração)
dizendo "eu"entre nós e nós?
domingo, 14 de maio de 2023
O Couro Lavrado no Mobiliário Artístico de Portugal
Nº de páginas: 208
Referência: 2305047
Assente no legado islâmico peninsular, na arte do couro
destaca-se a cadeira portuguesa, cuja história ferramental, estilos e execução
prática recebem agora a atenção merecida. O assunto é vasto e requereu uma
larga investigação a museus, a antiquários e colecções particulares, além da
recolha documental.
Edição de muito cuidada execução gráfica, em papel couché, ricamente decorado com centenas de fotografias a cores e outra iconografia. Encadernação do editor em tela com sobrecapa estampada a cores. [ex. como novo]
A Cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro
Nº de páginas: 224
Referência: 2305046
As Demarcações Pombalinas no Douro Vinhateiro
Nº de páginas: São 3 volumes,
Referência: 2305045
domingo, 7 de maio de 2023
Poesia de 26 séculos
(Primeiro volume) De Arquiloco a Calderón
Antologia, tradução, prefácio e notas de: Jorge de Sena
Editor: Editorial Inova, Limitada / Porto
Edição: Primeira edição
Coleção: As Mãos e os Frutos
Composto e Impresso: Inova / Artes Gráficas
Direção Gráfica de: Armando Alves
Género: Poesia
Nº de volume: 6º volume da Colecção As Mãos e os Frutos
Idioma: Português
Ano: 1971
Dimensões: 14 cm x 20,5 cm
Capa de: Desenho de Manuel Ribeiro de Pavia
Encadernação: Brochura com badanas
Ilustrações: Ilustrado com fotogravuras em separado
Nº de páginas: 272 páginas
Estado de conservação: Bom, ainda com as páginas por abrir
Preço: 65,00 €
Referência: 2305044
Sinopse:
Antologia de Vicente Aleixandre
Autor: Vicente Aleixandre (Prémio Nobel 1977)
Seleçao, tradução e prólogo: José Bento
Editor: Editorial Inova, Limitada / Porto
Edição: Primeira edição
Coleção: As Mãos e os Frutos
Composto e Impresso: Inova / Artes Gráficas
Género: Poesia
Nº de volume: 12º volume da Colecção As Mãos e os Frutos
Idioma: Português
Ano: 1977
Dimensões: 13,8 cm x 20 cm
Capa de: Desenho de Manuel Ribeiro de Pavia
Encadernação: Brochura com badanas
Ilustrações: Ilustrado com fotogravuras em separado
Nº de páginas: 228 páginas
Estado de conservação: Bom, ainda com as páginas por abrir
Preço: 25,00 €
Referência: 2305043
Sinopse:
Diálogos de Roma
Autores: Francisco de Holanda
Prólogo, edición y traducción de: Isabel Soler
Editora: Acantilado (Barcelona)
Capa: Estúdios Portugália
Nº de páginas: 216 páginas
Dimensões: 13,3 cm x 21 cm
Ano: 2018
Encadernação: Capa mole com badanas
Estado de conservação: Bom
Preço: 15,00 €
Referência: 2305042
Sinopse:
Da Infância à Adolescência
Autores: Maria Montessori
Tradução: Teresa Bento
Editora: Portugália Editora
Capa: Estúdios Portugália
Nº de páginas: 108 páginas
Dimensões: 14 cm x 21 cm
Ano: 2007
Encadernação: Capa com badanas
Estado de conservação: Bom
Preço: INDISPONÍVEL
Referência: 2305041
Sinopse: A transição da infância para a adolescência constitui um período de particular importância para a educação moral. O adulto deve ter consciência da evolução que está acontecendo na mente da criança nesse momento, e adaptar os seus métodos para se conformar a ela, que precisa, então, estabelecer relações sociais em uma sociedade mais ampla. A escola fechada não é mais suficiente para ela. Falta algo para o desenvolvimento completo da sua personalidade. Notamos na criança uma certa regressão, manifestações do seu caráter que taxamos de anomalias; trata-se, simplesmente, de reações a um ambiente que se tornou insuficiente, ainda que não o percebamos. E como esperamos que a criança faça o que o adulto lhe diz, se o ambiente não corresponde mais às suas necessidades? Se ela não obedece, dizemos que é "malcriada" e a corrigimos e, no mais das vezes, não sabemos qual é a causa dessa "malcriação". Muito bem: a criança necessita de limites mais amplos do que antes.
E Cantou Como Canta a Tempestade
Autores: Anna Akhmátova e Marina Tsvétaïeva
Seleção de poemas: Inês de Medeiros
Tradução: António Mega Ferreira
Editora: Assírio & Alvim
Coleção: Gato Maltês
Número: 67
Tiragem: 1500 exemplares
Nº de páginas: 48
Dimensões: 11,7 cm x 18,5 cm
Ano: 2007
Encadernação: Capa mole
Estado de conservação: Bom com badanas
Preço: 8,00 €
Referência: 2305040
Sinopse: As traduções de poemas de Anna Akhmátova e Marina Tsvétaïeva que se apresentam neste livro foram feitas a pensar num espectáculo: a principal intenção, resguardando sempre a fidelidade ao espírito das duas autoras, foi que os textos funcionassem em português como poemas a serem lidos em voz alta para uma plateia com cerca de 150 pessoas. Por esse motivo se suprimiram, aliás, os títulos dos poemas (nos casos em que existiam), bem como outras indicações (epígrafes, datações e dedicatórias); e mantiveram-se nesta edição essas omissões, com excepção do poema-epígrafe deste livro (“Música”, de Anna Akhmátova), para tentar não “quebrar”, tanto quanto possível, a sequência “musical” do espectáculo.
Procurou-se, sobretudo, que os poemas lidos fossem
inteligíveis - e que pudessem ser “ditos” -, mas que não deixassem de
reflectir, por um lado, o verso majestoso, elegíaco, de Akhmátova, por outro, e
com igual intensidade, a escrita nervosa, combustível, de Tsvétaïeva - a serena
grandiosidade trágica da primeira e a desarmante vulnerabilidade melodramática
da segunda.
Algumas das Palavras
Autor: Paul Eluard
Antologia organizada e prefaciada por: António Ramos Rosa
Editora: Publicações Dom Quixote (Lisboa)
Coleção: Poesia Século XX
Número: 12
Nº de páginas: 193
Dimensões: 13,5 cm x 20,8 cm
Ano: 1977
Encadernação: Capa mole
Estado de conservação: Bom
Preço: 15,00 €
Referência: 2305039
Sinopse:
Antologia
Autor: Giánnis Ritsos
Seleção, tradução e prefácio: Custódio Magueijo
Editora: Fora do Texto (Coimbra)
Coleção: Poesia / Autores Universais
Número: 6
Nº de páginas: 184
Dimensões: 15 cm x 20,7 cm
Ano: 1993 (Março)
Encadernação: Capa mole com badanas
Composto e impresso: Diário do Minho, Lda.
Estado de conservação: Bom
Preço: 12,00 €
Referência: 2305038
Sinopse:
O Barco Bêbado
Autor: Jean-Arthur
Tradução: Pedro José Leal
Editora: Hiena Editora
Género: Poesia
Texto: Edição biling
Tiragem: 1000 exemplares
Nº de páginas: 32 páginas
Dimensões: 17 cm x 19 cm
Ano: 1985 (Lisboa)
Ilustrações: Augusto T. Dias
Encadernação: Capa mole
Estado de conservação: Bom, com sinais do tempo
Preço: 9,00 €
Referência: 2305037
Sinopse: Tradução excelente do poema "Le Bateau Ivre"
Santuários de Montanha (Impressões de Viagens)
(Impressões de Viagens)
Autor: F. Gomes Teixeira
(Reitor Honorário da Universidade do Porto, etc.
Editora: Livraria Clássica Editora
Nº de páginas: 240 páginas
Dimensões: 11,5 cm x 19,5 cm
Ano: 1926 (Lisboa)
Encadernação: Capa mole
Composto e impresso: Diário do Minho, Lda.
Estado de conservação: Manuseado, Lombada cansada, capa (brochura) debilitada pelo uso aleado à qualidade do papel, miolo limpo.
Preço: 30,00 €
Referência: 2305036
Sinopse:
Fátima, Os Testemunhos, os Documentos
Bowie - Uma Biografia
Editor: Suma
Ano: 2019 (Novembro)
Nº de páginas: 170
Estado de conservação: Bom
Referência: 2305034
Cores
Este conjunto de contos, escritos por Ruben A. e publicados
em 1960, têm em comum o facto de a cada cor corresponder uma história. Cores é
um livro divertido, cáustico e por vezes impiedoso.
Como historiador, merecem especial destaque os seus trabalhos consagrados aos arquivos de Windsor e sobretudo a D. Pedro V, que Ruben A. designava como «o primeiro homem moderno que existiu em Portugal» e a quem dedicou grande parte da sua investigação.
Dramaturgo, crítico literário e divulgador cultural de reconhecido mérito, terá sido como ensaísta e como autor de textos autobiográficos – quer sob a forma de diários (Páginas, 6 vols.), quer de memórias (O Mundo à Minha Procura, 3 vols.) – que Ruben A. se deu a conhecer, mas foi sobretudo como ficcionista que as suas ironia e irreverência, associadas a uma prosa de vanguarda, a um arrojo estilístico e a uma originalidade temática, marcaram definitivamente a escrita portuguesa a partir dos anos 50.
A sua prosa diarística está, fiel ao título que lhes deu, organizada em Páginas quase soltas, de observação e de comentários, em geral não datados, escritas sobre um quotidiano feito de impressões de viagens ou evocação de atmosferas, de acontecimentos reais ou imaginados; a autobiografia, reunida nos três volumes a que chamou assumidamente O Mundo à Minha Procura, foi pelo próprio autor definida como um «encontro adulto com a sua própria personagem». À infância meio aristocrática, meio burguesa, marcada pela quinta de Campo Alegre da avó Andresen, no Porto, sucederam os anos de entre as praias da Granja e de Cascais, as cidades do Porto e de Lisboa e aquela Coimbra ainda boémia dos anos 30/40; mas foi, inequivocamente, a ida para Inglaterra que determinou a sua escrita lúcida e imparcial, ao provocar significativamente o distanciamento em relação à realidade portuguesa e o encontro com «a terra mais civilizada do mundo». A personalidade de Ruben A., que inspirou a Jacinto do Prado Coelho o apodo de «Narciso Generoso», contribuiu indiscutivelmente para o encanto que emana da obra, em que transparece o espírito inventivo, a delicadeza de sentimentos e o entusiasmo na franqueza expressiva dos sentimentos, mas onde não está omissa a mágoa que transporta pelos sucessivos desencontros que lhe desenharam a sua vida de homem discreto e tolerante e de escritor desassombrado e incisivo.
Da sua obra de ficção destacam-se A Torre de Barbela, nas palavras de José-Augusto França «um dos mais importantes romances da língua portuguesa moderna – obra barroca e louca, nas aparências da sua estrutura tensa exigentíssima»; e, pela sua linguagem inovadora, Silêncio para Quatro, «Um romance de uma grande maturidade. Maturidade de estilo: o comando seguro da palavra incomandada. Maturidade do homem na desesperada procura do amor e da liberdade, numa sociedade que abriu o ventre aos antigos relógios das coisas e que, talvez sem dar por isso, assim contribuiu a horta desolada onde cada dia o homem cultiva a sua solidão» (António Alçada Baptista).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998
O Mundo à Minha Procura (Autobiografia III)
Como historiador, merecem especial destaque os seus trabalhos consagrados aos arquivos de Windsor e sobretudo a D. Pedro V, que Ruben A. designava como «o primeiro homem moderno que existiu em Portugal» e a quem dedicou grande parte da sua investigação.
Dramaturgo, crítico literário e divulgador cultural de reconhecido mérito, terá sido como ensaísta e como autor de textos autobiográficos – quer sob a forma de diários (Páginas, 6 vols.), quer de memórias (O Mundo à Minha Procura, 3 vols.) – que Ruben A. se deu a conhecer, mas foi sobretudo como ficcionista que as suas ironia e irreverência, associadas a uma prosa de vanguarda, a um arrojo estilístico e a uma originalidade temática, marcaram definitivamente a escrita portuguesa a partir dos anos 50.
A sua prosa diarística está, fiel ao título que lhes deu, organizada em Páginas quase soltas, de observação e de comentários, em geral não datados, escritas sobre um quotidiano feito de impressões de viagens ou evocação de atmosferas, de acontecimentos reais ou imaginados; a autobiografia, reunida nos três volumes a que chamou assumidamente O Mundo à Minha Procura, foi pelo próprio autor definida como um «encontro adulto com a sua própria personagem». À infância meio aristocrática, meio burguesa, marcada pela quinta de Campo Alegre da avó Andresen, no Porto, sucederam os anos de entre as praias da Granja e de Cascais, as cidades do Porto e de Lisboa e aquela Coimbra ainda boémia dos anos 30/40; mas foi, inequivocamente, a ida para Inglaterra que determinou a sua escrita lúcida e imparcial, ao provocar significativamente o distanciamento em relação à realidade portuguesa e o encontro com «a terra mais civilizada do mundo». A personalidade de Ruben A., que inspirou a Jacinto do Prado Coelho o apodo de «Narciso Generoso», contribuiu indiscutivelmente para o encanto que emana da obra, em que transparece o espírito inventivo, a delicadeza de sentimentos e o entusiasmo na franqueza expressiva dos sentimentos, mas onde não está omissa a mágoa que transporta pelos sucessivos desencontros que lhe desenharam a sua vida de homem discreto e tolerante e de escritor desassombrado e incisivo.
Da sua obra de ficção destacam-se A Torre de Barbela, nas palavras de José-Augusto França «um dos mais importantes romances da língua portuguesa moderna – obra barroca e louca, nas aparências da sua estrutura tensa exigentíssima»; e, pela sua linguagem inovadora, Silêncio para Quatro, «Um romance de uma grande maturidade. Maturidade de estilo: o comando seguro da palavra incomandada. Maturidade do homem na desesperada procura do amor e da liberdade, numa sociedade que abriu o ventre aos antigos relógios das coisas e que, talvez sem dar por isso, assim contribuiu a horta desolada onde cada dia o homem cultiva a sua solidão» (António Alçada Baptista).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998
O Mundo à Minha Procura (Autobiografia II)
Como historiador, merecem especial destaque os seus trabalhos consagrados aos arquivos de Windsor e sobretudo a D. Pedro V, que Ruben A. designava como «o primeiro homem moderno que existiu em Portugal» e a quem dedicou grande parte da sua investigação.
Dramaturgo, crítico literário e divulgador cultural de reconhecido mérito, terá sido como ensaísta e como autor de textos autobiográficos – quer sob a forma de diários (Páginas, 6 vols.), quer de memórias (O Mundo à Minha Procura, 3 vols.) – que Ruben A. se deu a conhecer, mas foi sobretudo como ficcionista que as suas ironia e irreverência, associadas a uma prosa de vanguarda, a um arrojo estilístico e a uma originalidade temática, marcaram definitivamente a escrita portuguesa a partir dos anos 50.
A sua prosa diarística está, fiel ao título que lhes deu, organizada em Páginas quase soltas, de observação e de comentários, em geral não datados, escritas sobre um quotidiano feito de impressões de viagens ou evocação de atmosferas, de acontecimentos reais ou imaginados; a autobiografia, reunida nos três volumes a que chamou assumidamente O Mundo à Minha Procura, foi pelo próprio autor definida como um «encontro adulto com a sua própria personagem». À infância meio aristocrática, meio burguesa, marcada pela quinta de Campo Alegre da avó Andresen, no Porto, sucederam os anos de entre as praias da Granja e de Cascais, as cidades do Porto e de Lisboa e aquela Coimbra ainda boémia dos anos 30/40; mas foi, inequivocamente, a ida para Inglaterra que determinou a sua escrita lúcida e imparcial, ao provocar significativamente o distanciamento em relação à realidade portuguesa e o encontro com «a terra mais civilizada do mundo». A personalidade de Ruben A., que inspirou a Jacinto do Prado Coelho o apodo de «Narciso Generoso», contribuiu indiscutivelmente para o encanto que emana da obra, em que transparece o espírito inventivo, a delicadeza de sentimentos e o entusiasmo na franqueza expressiva dos sentimentos, mas onde não está omissa a mágoa que transporta pelos sucessivos desencontros que lhe desenharam a sua vida de homem discreto e tolerante e de escritor desassombrado e incisivo.
Da sua obra de ficção destacam-se A Torre de Barbela, nas palavras de José-Augusto França «um dos mais importantes romances da língua portuguesa moderna – obra barroca e louca, nas aparências da sua estrutura tensa exigentíssima»; e, pela sua linguagem inovadora, Silêncio para Quatro, «Um romance de uma grande maturidade. Maturidade de estilo: o comando seguro da palavra incomandada. Maturidade do homem na desesperada procura do amor e da liberdade, numa sociedade que abriu o ventre aos antigos relógios das coisas e que, talvez sem dar por isso, assim contribuiu a horta desolada onde cada dia o homem cultiva a sua solidão» (António Alçada Baptista).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998
O Mundo à Minha Procura (Autobiografia II)
Como historiador, merecem especial destaque os seus
trabalhos consagrados aos arquivos de Windsor e sobretudo a D. Pedro V, que
Ruben A. designava como «o primeiro homem moderno que existiu em Portugal» e a
quem dedicou grande parte da sua investigação.
Dramaturgo, crítico literário e divulgador cultural de
reconhecido mérito, terá sido como ensaísta e como autor de textos
autobiográficos – quer sob a forma de diários (Páginas, 6 vols.), quer de
memórias (O Mundo à Minha Procura, 3 vols.) – que Ruben A. se deu a conhecer,
mas foi sobretudo como ficcionista que as suas ironia e irreverência,
associadas a uma prosa de vanguarda, a um arrojo estilístico e a uma
originalidade temática, marcaram definitivamente a escrita portuguesa a partir
dos anos 50.
A sua prosa diarística está, fiel ao título que lhes deu,
organizada em Páginas quase soltas, de observação e de comentários, em geral
não datados, escritas sobre um quotidiano feito de impressões de viagens ou
evocação de atmosferas, de acontecimentos reais ou imaginados; a autobiografia,
reunida nos três volumes a que chamou assumidamente O Mundo à Minha Procura,
foi pelo próprio autor definida como um «encontro adulto com a sua própria
personagem». À infância meio aristocrática, meio burguesa, marcada pela quinta
de Campo Alegre da avó Andresen, no Porto, sucederam os anos de entre as praias
da Granja e de Cascais, as cidades do Porto e de Lisboa e aquela Coimbra ainda
boémia dos anos 30/40; mas foi, inequivocamente, a ida para Inglaterra que
determinou a sua escrita lúcida e imparcial, ao provocar significativamente o
distanciamento em relação à realidade portuguesa e o encontro com «a terra mais
civilizada do mundo». A personalidade de Ruben A., que inspirou a Jacinto do
Prado Coelho o apodo de «Narciso Generoso», contribuiu indiscutivelmente para o
encanto que emana da obra, em que transparece o espírito inventivo, a
delicadeza de sentimentos e o entusiasmo na franqueza expressiva dos
sentimentos, mas onde não está omissa a mágoa que transporta pelos sucessivos desencontros
que lhe desenharam a sua vida de homem discreto e tolerante e de escritor
desassombrado e incisivo.
Da sua obra de ficção destacam-se A Torre de Barbela, nas
palavras de José-Augusto França «um dos mais importantes romances da língua
portuguesa moderna – obra barroca e louca, nas aparências da sua estrutura
tensa exigentíssima»; e, pela sua linguagem inovadora, Silêncio para Quatro,
«Um romance de uma grande maturidade. Maturidade de estilo: o comando seguro da
palavra incomandada. Maturidade do homem na desesperada procura do amor e da
liberdade, numa sociedade que abriu o ventre aos antigos relógios das coisas e
que, talvez sem dar por isso, assim contribuiu a horta desolada onde cada dia o
homem cultiva a sua solidão» (António Alçada Baptista).
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V,
Lisboa, 1998
Pinocchio Novecento / Le Avventure di Pinocchio
Histoire Sociale & Culturelle du Vin
Dictionary of Symbols
quarta-feira, 3 de maio de 2023
Fellini conta Fellini
Título: Fellini conta Fellini
Autor: Federico Fellini
Editor: Livraria Bertrand
Tradução: Maria Dulce e Salvato Teles de Meneses
Edição: 1ª edição
Género: Cinema
Idioma: Português
Ano: 1982 (Abril)
Dimensões: 14 cm x 21 cm
Encadernação: Brochura
Estado de conservação: Bom
Preço: INDISPONÍVEL
Referência: 2305026
Sinopse:
O Ecrã Global
Título: O Ecrã Global
Autor: Gilles Lipovetski, Jean Serroy
Editor: Edições 70, Lda.
Tradução: Luís Filipe Sarmento
Edição: 1ª edição
Género: Cinema
Idioma: Português
Ano: 2010 (Março)
Dimensões: 13,5 cm x 21 cm
Encadernação: Brochura
Nº de páginas: 308 páginas
Estado de conservação: Bom
Preço: INDISPONÍVEL
Referência: 2305025
Sinopse:
Fritz Lang
Título: Fritz Lang
Coleção: As Folhas da Cinemateca
Editor: Cinemateca Portuguesa
Edição: 1ª edição
Género: Cinema
Idioma: Português
Concepção gráfica: Beatriz Horta Correia
Tiragem: 2000 exemplares
Ano: 1996
Dimensões: 14 cm x 21,2 cm
Encadernação: Brochura com sobrecapa com badanas
Nº de páginas: 164
Estado de conservação: Bom
Preço: INDISPONÍVEL
Referência: 2305024
Sinopse: