Estado de conservação: Tem a capa amarelecida e com manchas como visível na fotografia. Miolo limpo, bom.
Referência: 2304097
Índice:
01. Cantador
Real
02 . Cantar
até Morrer
03. Ídolo
Que Desponta
04. Um Fio
de Lírismo
05. Egas
Moniz, Malhoa e António Barroso como Ouvintes
06. Uma
Feira de Cantigas
07.
Competidores de Sardinha e de Barbuda
08. Se
Quadrava, uma Sextilha…
09.
Respostas e Contra-respostas
10. Como os
Passarinhos, Como os Rouxinóis
11.
Cantadores e Cantadeiras
12.
Tocadores de Viola, Harmónio e Violão
13.
Anotações e Variantes
14.
Bibliografia
Como disse em tempos Fernando J.B. Martinho, «[…] O livro é
todo ele, com as suas cenas, os seus exercícios, os seus camarins, uma
homenagem ao teatro, e a permanente lembrança de que a poesia é um arte de
passes e passos mágicos, uma arte da prestidigitação, não importa se carecida
ou não de manual. Só espanta que tenha levado tanto tempo que alguém se
lembrasse de fazer a ligação, a correspondência. Outra coisa não pedia uma
poesia que, de há muito, se nos oferecia como ritual, como espectáculo, como
convite à iniciação na ars magna. Então não foi Cesariny que, um dia, celebrou
Artaud e que, por via dele, nos prometeu o «acordar» para uma outra realidade,
para lá do real que temos, susceptível ou não de reabilitação? E não ele também
que saiu a dar-nos e aos actores as boas-vindas no castelo brumoso de um outro
príncipe, expondo-nos, sem piedade, ao "metal fundente" que corre
"entre nós e as palavras"?»
Doutorado em Sociologia, foi assistente na Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa durante quinze anos,
é investigador associado no Instituto Português de Relações Internacionais
(Universidade Nova de Lisboa) e está, atualmente, a concluir um pós
doutoramento em História com a tese Descolonização e Democratização em
Portugal: O Caso dos Retornados.
Foi crítico literário n'O Independente e na revista Os Meus
Livros e tem colaborado em diferentes jornais e revistas, como Observador,
Visão ou Sábado. Nesta última, assinou, durante mais de quatro anos, uma
crónica semanal subordinada ao título genérico Coração, Cabeça e Estômago.
Além de tradutor, é autor de obras como O Meio Literário
Português Prémios Literários, Escritores e Acontecimentos (1960-1999) (Difel),
Não é Fácil Dizer Bem, Críticas, Obsessões e Outras Ficções (Edições Tinta da
China), Puta Que os Pariu! A Biografia de Luiz Pacheco (Edições Tinta da
China), O Que é Um Escritor Maldito? Estudo de Sociologia da Literatura (Verbo),
Mota Pinto Biografia (Contraponto), Chatear o Camões. Inquérito à Vida Cultural
(Maldoror) ou O Super Camões. Biografia de Fernando Pessoa (Publicações Dom
Quixote).
Grande prosador, Luiz Pacheco foi também um dos melhores
conversadores da imprensa. Estas entrevistas, publicadas nos últimos 20 anos em
jornais e revistas, apresentam-nos uma das vidas mais agitadas da literatura
portuguesa e são bem a expressão de uma inteligência desperta, desafiadora e implacável,
batendo forte e feio em algumas personalidades da nossa vida pública.
Caso humano riquíssimo, impossível de resumir aqui, o mais sensato é dar-lhe a palavra: «Luiz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco nasceu em 7 de Maio de 1925 e espera morrer no ano 2000. Está bem-disposto, porque está desempregado. Publicou muitos livros de outros autores. Não se lembra de publicar nada (dele) que prestasse. Escreveu muitas obras e perdeu quase todas. Teve três mulheres, nove [sic] filhos e netos, nem conta. Folhetos de sua autoria: «Os Doutores, a Salvação e o Menino», «Carta-Sincera a José Gomes Ferreira», «O Teodolito», «Os Namorados», «O Cachecol do Artista». Teve 18 valores na admissão. O Urbano teve 12.»
(Texto incluído na «Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e
Satírica», organizada por Natália Correia em 1965.)
«Está para sair um livro com entrevistas suas…
Esse livro é uma merda! Isso é uma aldrabice. É bom para
andar por essas pequenas editoras.»
— Luiz Pacheco, Sol, 2008
Neste livro estão reunidas entrevistas publicadas entre 1992
e 2008. A selecção é da responsabilidade de Luiz Pacheco e de João Pedro
George.
Entrevistadores: Baptista‑Bastos; Carlos Quevedo;
Cláudia Galhós; João Paulo Cotrim; João
Pedro George; Mário Santos; Paula Moura Pinheiro; Pedro Castro; Pedro Dias de
Almeida; Ricardo de Araújo Pereira; Ricardo Nabais; Rodrigues da Silva; Rui
Zink; Vladimiro Nunes.
Grande prosador, Luiz Pacheco foi também um dos melhores
conversadores da imprensa. Estas entrevistas, publicadas nos últimos 20 anos em
jornais e revistas, apresentam‑nos uma das vidas mais agitadas da
literatura portuguesa e são bem a expressão de uma inteligência
desperta, desafiadora e implacável,
batendo forte e feio em algumas personalidades da nossa vida pública.
Caso humano riquíssimo, impossível de resumir aqui, o mais
sensato é dar‑lhe a palavra: «Luiz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco nasceu em 7 de Maio de 1925 e
espera morrer no ano 2000. Está bem‑disposto,
porque está desempregado. Publicou muitos
livros de outros autores. Não se lembra de publicar nada (dele) que prestasse.
Escreveu muitas obras e perdeu quase todas. Teve três mulheres, nove filhos e
netos, nem conta. Folhetos de sua autoria: Os Doutores, a Salvação e o Menino,
Carta‑Sincera
a José Gomes Ferreira, O Teodolito, Os
Namorados, O Cachecol do Artista. Teve 18 valores na admissão. O Urbano teve
12.»
(incluído na Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, organizada por Natália Correia em 1965).
O conjunto aqui editado resultou da pesquisa feita no âmbito
da biografia do poeta (Maria Antónia Oliveira, «Alexandre O’Neill, Uma
Biografia Literária», Dom Quixote, no prelo). Pôde constatar-se que, embora o
poeta viesse publicando regularmente desde os finais da década anterior, os
anos 70 eram aqueles em que a sua produção se tornava mais assídua, e em que
mais textos haveriam de ficar confinados às páginas dos periódicos.
Reúnem-se também poemas escritos para os jornais «Diário de
Lisboa» e «A Luta», e para as revistas «Flama» e «Ele». Foram encontrados no
espólio do poeta os poemas «Magritte» e «Azul Ar», bem como os poemas sem
título designados por «Fragmentos», inéditos. Acrescentam-se ainda dois poemas
datados de 1972 que E.M. e Castro e José Alberto Marques incluíram na «Antologia
da Poesia Concreta em Portugal» (Lisboa, Assírio & Alvim, 1973).
Em anexo, publicam-se dois textos com poemas, e uma versão em prosa da primeira parte de «Rã & Descobridor».
O poeta, artista plástico Joaquim Pessoa, autor de poemas como Lisboa, menina e moça e Amélia dos olhos doces, morreu esta segunda-feira, aos 75 anos.
Criticas: "É
conhecido e gosta de ser como libertino. Mas ele é mais libertário que
libertino. Literato, escritor, editor, panfletário, personagem, Luiz Pacheco é
genial, cruel, maldito e maldizente, crítico feroz, dono de um sarcasmo raro,
pai de oito filhos, frutos de variados amores."
Diário de
Notícias, DNA, 13/08/05
"É um
diário sem paralelo na literatura portuguesa. [...] com 80 amos feitos [Luiz
Pacheco continua] um homem vertical, que, a despeito da velhice e da decadência
física, não é habitado pela menor amargura, antes mantém inalterável o seu
proverbial humor mordaz e a sua constante auto-ironia."
Rodrigues da
Silva, JL
"O
Diário Remendado é um romance: o romance de uma vida vivida à beira da privação
e da perdição. O seu protagonista é um tal Luiz Pacheco, um corpo pensante
[...] É a narrativa fragmentária de cinco anos de sobrevivência de um corpo na
sua máxima exposição, desde a reconstrução ficcionada dos sonhos até à
encenação das suas múltiplas doenças, reais ou imaginadas, das estratégias mil
vezes refeitas da publicação literária à evocação sem limites nem elipses das
suas experiências sexuais [...]
António Mega
Ferreira, Visão
«queria de ti um país de bondade e de bruma
queria de ti o mar de uma rosa de espuma»
"Das cartas que Luiz Pacheco escreveu, durante 35 anos, ao
amigo e mecenas Laureano Barros — a partir do hospital, da prisão, de quartos
imundos, de casas de amigos ou quando ainda vivia, nas Caldas da Rainha, com
parte da sua «Tribo» — emerge o impetuoso crítico de rompe‑e‑rasga,
o escriba que combateu a PIDE, a censura e os ídolos
das letras, o ser humano em luta para se realizar na sua paixão pela literatura, o solitário
enraivecido pela dispersão dos bambinos, o homem que viveu
de muitos cravanços, o doente crónico com pavor da
morte… Em suma, o escritor que o país nos ofereceu no momento próprio."
«Escrevi as minhas cartas, com um prazer sem igual, na
maior, à‑vontade. Escrevi muito. Por necessidades da pedincha,
aguentar a sobrevivência, conversar com Amigos
distantes. Ou, se acantonado em locais de asilo forçado, invocar auxílios e
apoios no Lá Fora. Escrevi cartas e postais que me desunhei, centenas e
centenas. Há quem tenha espólios meus, já esteja a fazer negócio com isso. Ou a
preparar‑se. Acho ótimo. Dou-me os
parabéns.»
— Luiz Pacheco
“Luiz Pacheco, o «escritor maldito» revelado na sua
compulsão epistolar.
A correspondência com Laureano Barros durou de 1966 a 2001 e
deixa pistas únicas sobre as experiências, angústias e combates de uma das
vidas mais agitadas da literatura portuguesa. Das cartas de Luiz Pacheco
reunidas em "O Grilo na Varanda" — escritas a partir do hospital, da
prisão, de quartos imundos, de casas de amigos e até, durante um certo tempo,
de casa própria onde ainda vivia com parte da sua «Tribo» (a vasta família) —
emerge o impetuoso crítico de rompe-e-rasga, o artista inconformado, o escritor
em luta com a alta de condições para escrever uma obra mais consistente, o
solitário triste com a dispersão dos filhos, e o homem «enrascado» e doente
crónico a tentar encontrar suporte nos amigos e na pequena mitologia que se criou
à sua volta.
A primeira carta terá sido enviada por Laureano Barros em 1965. A ela seguiram-se 35 anos de relação epistolar, apresentada aqui, com edição de João Pedro George, em 62 cartas e 52 postais escritos por Luiz Pacheco ao amigo e mecenas de Ponte da Barca, leitor dedicado, matemático brilhante, colecionador bibliográfico e um dos responsáveis por se terem conservado muitos dos seus papéis. A correspondência com Laureano Barros durou de 1966 a 2001 e deixa pistas únicas sobre as experiências, angústias e combates de uma das vidas mais agitadas da literatura portuguesa.”