Estado de conservação: Bom
Referência: 2304084
Como disse em tempos Fernando J.B. Martinho, «[…] O livro é
todo ele, com as suas cenas, os seus exercícios, os seus camarins, uma
homenagem ao teatro, e a permanente lembrança de que a poesia é um arte de
passes e passos mágicos, uma arte da prestidigitação, não importa se carecida
ou não de manual. Só espanta que tenha levado tanto tempo que alguém se
lembrasse de fazer a ligação, a correspondência. Outra coisa não pedia uma
poesia que, de há muito, se nos oferecia como ritual, como espectáculo, como
convite à iniciação na ars magna. Então não foi Cesariny que, um dia, celebrou
Artaud e que, por via dele, nos prometeu o «acordar» para uma outra realidade,
para lá do real que temos, susceptível ou não de reabilitação? E não ele também
que saiu a dar-nos e aos actores as boas-vindas no castelo brumoso de um outro
príncipe, expondo-nos, sem piedade, ao "metal fundente" que corre
"entre nós e as palavras"?»