Belíssima medalha comemorativa do centenário da morte de Camilo
Castelo Branco (1890/1990).
Em 1990, Irene Vilar desenhou a medalha assinalando o centenário da morte do Camilo Castelo Branco.
Medalha em bronze, apresenta a efígie do escritor.
Formato incomum na medalhística, com 8,3 x 7,4 cm e 316g.
Preço: 40,00 €
Referência: 2501001
Sinopse: "Camilo Castelo Branco (1825-1890) foi um dos maiores
escritores portugueses do século XIX. "Amor de Perdição" foi sua
novela mais importante. Suas novelas passionais fizeram do escritor o
representante típico do Ultrarromantismo em Portugal. Foi um dos primeiros
escritores portugueses a viver exclusivamente do que escrevia. Recebeu o título
de Visconde concedido pelo rei de Portugal, D. Luís I.
Infância, juventude e carreira literária
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu na freguesia
dos Mártires, em Lisboa, Portugal, no dia 16 de março de 1825. Filho de Manuel
Joaquim Botelho Castelo Branco e de Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira,
ficou órfão de mãe com um ano e meio e de pai com 10 anos. Foi morar com uma
tia e depois com sua irmã mais velha.
Em 1841, com apenas 16 anos, casou-se com uma jovem de 15
anos, Joaquina Pereira, mas logo a abandonou. Desse casamento nasceu uma
menina. Em 1843 ingressou na Escola de Medicina no Porto, mas se entregou à
boémia e não conseguiu concluir o curso.
Em 1845 publicou suas primeiras poesias. Em 1846 colaborou
com o jornal O Povo. Nesse mesmo ano, fugiu com a jovem Patrícia Emília, de
quem teve outra filha, mas a abandonou, poucos anos depois. No ano seguinte
morreu sua esposa legítima e depois a filha do casal.
Ainda em 1850, apaixonou-se por Ana Plácido, casada com um
comerciante brasileiro, Pinheiro Alves. Desiludido, entrou para o seminário do
Porto, onde ficou por dois anos.
Em 1859, já conhecido no meio literário por suas novelas,
foi viver com Ana Palácio em Lisboa. O escândalo que causaram fez com que eles
fugissem de terra em terra. Em 1860, acusados de adultério, finalmente foram
presos. No ano seguinte foram absolvidos, e fixaram residência em Lisboa,
depois em São Miguel de Seide.
Amor de Perdição (Novela Passional)
Enquanto esteve na prisão, Camilo escreveu o célebre romance
Amor de Perdição, que publicou em 1863. Na obra se encontram todos os
ingredientes da novela passional, caracterizada pelo desequilíbrio sentimental
de seus personagens. Vendo-se diante de um amor proibido, os personagens buscam
a solução para o seu sofrimento. Em “Amor de Perdição”, o autor revela o
escândalo de sua situação de adultério pelo amor de Ana Plácido.
Em "Amor de Perdição", sua obra-prima, os
sentimentos se submetem aos preconceitos e se põem em luta com as convenções
sociais. Os heróis em conflito enfrentam a fatalidade do destino, conduzindo
sua existência ao drama e à tragédia.
Síntese da novela Amor de Perdição:
Simão Botelho e Teresa de
Albuquerque, ambos de origem nobre, amam-se desde a adolescência. Mas, como
suas famílias são inimigas, não há a menor possibilidade de se casarem.
Teresa é forçada pelo pai a
casar-se com seu primo, Baltazar Coutinho. Recusa-se a obedecer e vai para o
convento de Monchique, no Porto.
Simão, após uma discussão com
Baltazar, mata-o. Entrega-se à justiça, é preso e condenado à forca. Sua pena,
porém, é comutada por degredo na Índia.
No convento, Teresa, diante de
tanta desgraça, definha a cada dia e morre. Simão, a caminho do exílio, em
péssimo estado de saúde, quando sabe do destino da amada, também morre.
Há ainda outra morte, a de
Mariana. Apaixonada por Simão, e como jamais teria seu amor, contenta-se em
servir de intermediária entre ele e Teresa, entregando as cartas apaixonadas,
dando notícias de um e de outro. Quando Simão viaja para cumprir sua sentença,
Mariana o acompanha apenas para poder estar junto dele e, ao vê-lo morto,
atira-se ao mar.
Características da obra de Camilo
Castelo Branco
Camilo Castelo Branco é
considerado o criador da novela passional portuguesa, de que Amor de Perdição é
o melhor exemplo. Nela encontram-se todos os ingredientes da novela passional,
e foi essa obra que marcou o apogeu da popularidade do autor. Com uma linguagem
simples e uma história repleta de sentimento e emoção, atraiu os leitores,
fazendo bastante sucesso.
As novelas passionais de Camilo
Castelo Branco fizeram dele o representante típico do Ultrarromantismo em
Portugal. Essas novelas são caracterizadas pelo desequilíbrio sentimental de
seus personagens. Vendo-se diante de um amor proibido ou por diferenças
sociais, ou por inimizade entre as famílias, ou por intriga de um rival
apaixonado, as personagens buscam a solução para seu sofrimento suicidando-se,
enlouquecendo ou refugiando-se na vida religiosa. Raríssimas vezes rompem as
pressões sociais e conseguem ser felizes.
Sua vida atribulada lhe deu
inspiração para os temas de suas novelas. Sua produção literária é extensa, com
mais de uma centena de obras. Produziu poesia, teatro, historiografia, contos,
romances e novelas históricas de aventuras e passionais, publicadas, na época,
em folhetins. Com as novelas passionais tornou-se uma destacada figura
literária chegando ao auge de sua carreira de escritor.
Além das novelas passionais,
Camilo Castelo Branco reconstituiu em suas obras o panorama dos costumes e dos
caracteres de Portugal de seu tempo, quase sempre com uma profunda sintonia com
as maneiras de ser e sentir do povo português.
Camilo foi um dos primeiros
escritores portugueses a viver exclusivamente do que escrevia. Em 1885 recebeu
o título de Visconde concedido pelo rei de Portugal, D. Luís I. Em 1889, quando
se tornou uma celebridade nacional como escritor, recebeu uma homenagem da
Academia de Lisboa.
Os principais autores do
Romantismo em Portugal foram Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo
Castelo Branco e Júlio Dinis.
Doença e Morte
Camilo Castelo Branco viveu
cercado de problemas e no fim da vida estava quase cego (em consequência de uma
sífilis), e os dois filhos que tivera com Ana Palácios – um tinha problemas
mentais e o outro era rebelde – que lhe causava muitos sofrimentos. Não
suportando todos os abatimentos físicos e morais, Camilo suicidou-se com um
tiro de pistola.
Camilo Castelo Branco morreu em
São Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão, no dia 01 de junho de 1890.